Nesta segunda-feira (2), o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, encerrou o dia em queda de 0,8%, fechando aos 134.906 pontos. A sessão foi marcada pela baixa liquidez devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, o que levou os investidores a focarem no cenário doméstico, especialmente nas expectativas para a inflação e nos detalhes do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, apresentados pelo governo na última sexta-feira (30).
A queda do índice da bolsa foi influenciada pela forte desvalorização das ações da Vale (VALE3), que recuaram 1,41%, reflexo da baixa do minério de ferro no mercado global após dados negativos da economia chinesa.
Outro destaque da bolsa foi o recuo expressivo de 18,18% nas ações da Azul (AZUL4), em meio a preocupações do mercado sobre a saúde financeira da companhia aérea.
Mesmo com a baixa na bolsa, o dólar apresentou forte queda
Apesar da baixa na bolsa, o dólar apresentou queda de 0,34%, encerrando o dia cotado a R$ 5,61. A desvalorização da moeda americana ocorreu após nova intervenção do Banco Central (BC), que realizou um leilão de swap cambial no valor de US$ 735 milhões, marcando a terceira intervenção do BC desde a semana passada em resposta à escalada da divisa.
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Cenário de inflação e projeções econômicas
A expectativa de inflação continua a ser um ponto de preocupação. A pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, indicou uma leve piora nas projeções para a inflação em 2024, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) agora estimado em 4,26%, contra 4,25% na semana anterior. Para 2025, a expectativa é de alta de 3,92%.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 foi revisado para cima, com crescimento projetado em 2,46%, uma melhoria em relação à estimativa anterior de 2,43%. Para 2025, a projeção é de um aumento de 1,85%, levemente abaixo da previsão anterior.
Orçamento de 2025 no radar
Outro tema que impactou o mercado foi a apresentação do PLOA 2025, onde o governo federal detalhou suas intenções para o próximo ano, incluindo a meta de zerar o déficit fiscal e o aumento do salário mínimo para R$ 1.509. O orçamento também prevê um valor histórico de R$ 1,03 trilhão destinado ao Ministério da Previdência Social.
O projeto do orçamento de 2025, além de prever um equilíbrio entre receitas e despesas, busca aumentar a credibilidade do Brasil no mercado internacional. Entretanto, o governo ainda depende da aprovação de medidas no Congresso, como o aumento das alíquotas do imposto de renda sobre juros sobre capital próprio (JCP) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), para alcançar suas metas de arrecadação.
A proposta segue agora para análise da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e precisa ser votada pelo Congresso Nacional para entrar em vigor.
