Gás de cozinha sobe 4,1% em setembro e alcança R$ 106,80

O preço do gás de cozinha, produto essencial para a maioria das famílias brasileiras, registrou um aumento significativo de 4,1% em setembro de 2024. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) atingiu R$ 106,80, impactando o orçamento doméstico de milhões de brasileiros.

Esse reajuste acontece em um momento em que os combustíveis fósseis continuam a apresentar variações nos preços devido a oscilações do mercado internacional e políticas de refinamento da Petrobras, a principal fornecedora de combustíveis no país. O aumento do gás de cozinha, em particular, gera preocupações quanto ao impacto social e econômico, especialmente para as famílias de baixa renda, que dependem desse recurso para o preparo de suas refeições diárias.

Aumento no preço do gás de cozinha

O aumento de 4,1% no preço do gás de cozinha reflete um ajuste feito pela Petrobras no início de julho, quando o preço do botijão de 13 quilos subiu R$ 3,10. O reajuste, embora previsto, gera preocupações à medida que o custo de vida continua a subir, o que dificulta ainda mais a situação financeira de muitas famílias.

De acordo com a ANP, os preços variam entre os estados brasileiros. O valor mais alto foi encontrado no Tocantins, onde o botijão de gás chegou a R$ 125,42. Já o menor preço foi registrado em Pernambuco, a R$ 92,18, evidenciando as desigualdades regionais no custo do GLP. Essa variação de preços é influenciada por diversos fatores, como logística de transporte, impostos estaduais e demanda local.

Comparação com outros combustíveis

Enquanto o preço do gás de cozinha teve um aumento expressivo, outros combustíveis apresentaram leves quedas em setembro. A gasolina comum registrou uma redução de 0,3%, com o preço médio do litro caindo para R$ 6,07. Já o diesel S-10, essencial para o transporte de cargas e produtos no país, teve uma redução de 0,2%, com o preço médio de R$ 6,01 o litro.

Leia também: Gasolina: por que o preço oscila tanto no Brasil?

Assim como no gás de cozinha, os preços da gasolina e do diesel variam de estado para estado. No Acre, o preço da gasolina atingiu R$ 7,13, o valor mais alto do país, enquanto no Maranhão foi encontrado o valor mais baixo, a R$ 5,88. Já o diesel S-10 mais caro também foi registrado no Acre, e o mais barato no Distrito Federal, onde o preço chegou a R$ 5,82 o litro.

Essas variações regionais refletem a complexidade do mercado de combustíveis no Brasil, que é impactado não apenas pelo valor do petróleo no mercado internacional, mas também pelas políticas internas de preço da Petrobras e pelas alíquotas de impostos cobrados em cada estado.

Impactos econômicos e sociais

O aumento no preço do gás de cozinha tem um impacto significativo na vida das famílias brasileiras, especialmente entre as camadas mais pobres da população. Para muitas famílias de baixa renda, o gás de cozinha é um insumo básico, e qualquer aumento no seu preço gera um efeito cascata sobre outros gastos, comprometendo o orçamento doméstico.

Segundo especialistas, essa elevação pode levar a um aumento no uso de alternativas mais baratas, como fogões a lenha que, embora reduzam os gastos imediatos, têm impactos negativos tanto no meio ambiente quanto na saúde pública, devido à emissão de poluentes e riscos de incêndio. Outro efeito colateral do aumento no preço do GLP é a pressão sobre os programas sociais do governo, os quais têm o desafio de garantir que o auxílio seja suficiente para cobrir as despesas básicas das famílias.

O cenário também gera preocupação entre comerciantes e pequenos empreendedores que dependem do gás de cozinha para suas atividades diárias. Setores como restaurantes, padarias e pequenos negócios de alimentação são diretamente impactados por esses aumentos, o que pode, a longo prazo, gerar reajustes nos preços dos produtos ao consumidor final.

Expectativas de queda nos combustíveis

Apesar do aumento no preço do gás de cozinha, há uma expectativa no mercado por uma possível redução nos preços dos combustíveis comercializados pela Petrobras, como gasolina e diesel. A queda recente no valor do barril de petróleo no mercado internacional, que atingiu o patamar de US$ 70, gerou especulações sobre novos reajustes para baixo. No entanto, devido ao aumento das exportações de petróleo, a Petrobras enfrenta o desafio de equilibrar suas receitas com a possibilidade de novos cortes nos preços internos.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em recente evento do setor, comentou sobre os preços dos combustíveis no Brasil, afirmando que, em comparação com dezembro de 2022, no final do governo Bolsonaro, todos os combustíveis comercializados pela estatal estão com preços mais baixos. Segundo Chambriard, a empresa monitora constantemente os preços e, sempre que possível, realiza ajustes para beneficiar os consumidores.

O aumento de 4,1% no preço do gás de cozinha em setembro de 2024 reflete os desafios que o mercado de combustíveis enfrenta no Brasil. Enquanto a Petrobras busca equilibrar sua política de preços com as demandas do mercado internacional, os consumidores sentem diretamente os impactos no orçamento doméstico.

As variações nos preços de combustíveis, como gasolina e diesel, trazem algum alívio temporário, mas o aumento no valor do gás de cozinha preocupa as famílias que dependem desse recurso para o preparo de suas refeições diárias. Diante desse cenário, fica claro que o governo e as empresas do setor precisam buscar soluções que aliviem o peso dos reajustes para a população mais vulnerável.

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