O preço do ouro encerrou a semana em queda nesta sexta-feira (6), afetado pela divulgação do relatório de emprego (payroll) de agosto dos Estados Unidos. A incerteza sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação à política de juros desencadeou uma venda significativa de posições em ouro, à medida que investidores tentavam cobrir perdas em outros setores. Apesar do recuo, o metal ainda se mantém próximo de suas máximas históricas.
Na sessão de hoje, o contrato para entrega em dezembro registrou uma queda de 0,73%, fechando a US$ 2.524,60 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Ao longo da semana, o metal teve uma leve queda acumulada de 0,12%.
Aversão ao risco e fuga para liquidez do ouro
A queda nesta semana está ligada diretamente à aversão ao risco global desencadeada pelos dados econômicos dos EUA. Segundo o analista de mercado do City Index, David Scutt, a volatilidade no mercado financeiro fez com que muitos investidores liquidassem suas posições em ouro, um ativo tradicionalmente considerado um porto seguro, para cobrir perdas em outras classes de ativos.
“Embora o ouro seja visto como um refúgio em momentos de turbulência, ele é frequentemente vendido durante os estágios iniciais da volatilidade para compensar perdas em outros setores”, explicou Scutt.
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Essa movimentação ocorre em um contexto de incerteza sobre a política de juros do Fed. O relatório de emprego dos EUA manteve em aberto a possibilidade de que o banco central possa optar por uma redução de juros em sua próxima reunião, em setembro, seja de 25 ou 50 pontos-base. Essa indefinição pressionou o mercado, já que, historicamente, cortes mais agressivos tendem a elevar o preço do ouro.
Perspectivas para o ouro
Apesar da queda desta semana, analistas continuam otimistas em relação ao metal no médio prazo. O banco de investimentos TD Securities destacou em nota aos clientes que as expectativas de cortes de juros significativos ainda estão presentes, o que deve sustentar parte das posições compradas em ouro.
“O payroll de hoje não forneceu uma direção clara para o Fed, o que manteve a reação do mercado contida. Contudo, no médio prazo, a expectativa de cortes consideráveis de juros ainda pode apoiar o ouro”, afirmou o TD Securities.
O mercado aguarda agora mais sinais econômicos e declarações do Fed que possam fornecer uma orientação mais clara sobre a política monetária. Se os cortes de juros se concretizarem, é provável que o ouro volte a ser impulsionado como um ativo atrativo para os investidores.