Preço do ouro dispara por conta do temor de inflação e crises geopolíticas em 2024

As cotações do ouro superaram os R$ 14,3 mil por onça em Nova York com a compra de 300 toneladas pelos bancos centrais

No mês de setembro, os contratos futuros de ouro atingiram um marco histórico ao superar US$ 2,6 mil (R$ 14,3 mil) por onça-troy (31,1 gramas), unidade de medida inglesa de peso. Esse valor representa um ponto de virada importante para o metal precioso, considerado uma das âncoras financeiras do planeta. Esse marco ocorre em um contexto de incertezas econômicas e tensões geopolíticas crescentes.

Ouro - Relatório Focus
Preço do ouro impacta diretamente no resultado da economia global – Foto: Reprodução/Banco de imagem

Quais os motivos do crescimento do ouro?

Este recorde está fortemente atrelado às expectativas de uma redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve (FED), equivalente ao Banco Central brasileiro, ainda nesta semana. Essas perspectivas foram reforçadas pelos comentários recentes de diretores do FED sobre um possível afrouxamento monetário.

Em um ambiente de taxas de juros reduzidas, essa opção se torna uma opção de investimento mais atraente, pois não gera rendimento direto, ao contrário de outros ativos como títulos públicos.

Outro fator determinante para o crescimento deste ativo foram as tensões geopolíticas espalhadas pelo planeta, especialmente na Europa e no Oriente Médio. Esses conflitos preocupam os investidores, pois temem as possíveis repercussões no ambiente econômico, assim, buscam o refúgio no metal precioso, aumentando assim a demanda.

De acordo com a Reuters, esses fatores contribuíram para um aumento de quase 10% no preço desde o início do ano.

Papel dos bancos centrais

A demanda dos bancos centrais neste cenário de alta é fundamental. Em 2024, eles adquiriram uma quantidade considerável do metal, aumentando suas reservas. Segundo o Conselho Mundial do Ouro, as compras pelos bancos centrais no primeiro trimestre de 2024 chegaram a 300 toneladas, um crescimento significativo em relação ao ano anterior.

Esse acúmulo reflete as estratégias dos bancos centrais de diversificar suas reservas e se proteger contra as flutuações do dólar americano, um objetivo particularmente importante para países como China, Índia e Turquia.

Perspectivas futuras

O ativo se mantém bem posicionado para continuar ou até aumentar seu valor nos próximos meses. O alcance do patamar de US$ 2,6 mil (R$ 14,3 mil) por onça não é apenas um recorde, mas também uma reafirmação de sua relevância no cenário econômico global.

Ouro
Ouro atinge recorde de preço no mês de setembro, puxado pelas tensões globais e alta demanda – Foto: Reprodução/Canva

Mesmo diante dos riscos econômicos e geopolíticos, o ouro continua a ser um ativo relevante para gestão de riscos e preservação de riqueza. Portanto, um recurso importante e consolidado no cenário global.

Maiores reservas de ouro do mundo

A maior reserva do planeta está nos Estados Unidos, especificamente no Federal Reserve Bank de Nova York. Esta instituição detém cerca de 6.200 toneladas, armazenadas em cofres subterrâneos.

Entretanto, a maior parte desse ouro pertence a governos estrangeiros, bancos centrais de outros países e organizações internacionais. O Federal Reserve de Nova York atua como guardião desses ativos, oferecendo segurança e um ambiente estável para a preservação.

Embora seja a maior reserva individual, outra famosa reserva de ouro nos Estados Unidos é a de Fort Knox, localizada no estado de Kentucky. Fort Knox possui cerca de 4.500 toneladas de ouro e é um símbolo de segurança para as reservas americanas.

Esses estoques maciços são usados para garantir a estabilidade econômica global e servir como lastro para transações internacionais. O metal armazenado nessas reservas representa uma pequena fração da quantidade total de ouro extraído em todo o mundo. Porém, continua a ser um pilar importante da economia mundial, simbolizando a confiança dos países no valor duradouro desse metal precioso.

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