A procura por produtos para tratamento de gripes e resfriados, dermocosméticos, antialérgicos e soros para higienização nasal, contribuiu para o crescimento do varejo
O varejo farmacêutico registrou um crescimento de 6,6% em agosto de 2024 em relação ao mesmo mês de 2023. Esse aumento é atribuído principalmente ao crescimento dos indicadores de preço médio e ticket médio, já que a quantidade de itens na cesta de compras teve apenas um leve incremento. Esses dados são fornecidos pela Bnex, uma empresa especializada em Ciência do Consumo.
O inverno de 2024 apresentou condições climáticas adversas, com altas variações térmicas, baixa umidade e focos de incêndio em várias regiões do país. Essas condições afetaram o sistema imunológico, especialmente em pessoas alérgicas, resultando em um aumento na procura por produtos farmacêuticos, como antialérgicos, dermocosméticos para tratar a pele ressecada, produtos para gripes e resfriados, além de soros para higienização nasal. Essa busca contribuiu para o aumento nas vendas do varejo farmacêutico.
Em setembro, as características climáticas de julho e agosto se mantêm. A falta de chuvas e o tempo seco continuam a favorecer as queimadas, agravando a qualidade do ar e os problemas respiratórios. Por isso, os estoques no varejo de medicamentos e promoções de produtos para tratamento de doenças respiratórias seguem fundamentais para manter o desempenho positivo do setor.
Perfil dos clientes do varejo
A maioria dos clientes do varejo farmacêutico são mulheres entre 30 e 49 anos. Além disso, pessoas acima de 60 anos representam mais de 20% da clientela, uma participação significativa quando comparada à proporção desse grupo na população brasileira.
O Censo de 2022 mostra que 15,83% da população tem mais de 60 anos, sendo 51,48% mulheres e 48,52% homens. A análise feita pela Bnex levou em consideração 2,2 milhões de transações de vendas.
Piora na qualidade do ar
Devido à combinação de tempo seco, queimadas e a piora na qualidade do ar, o Governo de São Paulo emitiu novas diretrizes de saúde em 10 de setembro de 2024. As principais recomendações incluem evitar atividades físicas ao ar livre e aumentar a ingestão de água.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) suspendeu temporariamente autorizações para queima de cana e outros tipos de queima fitossanitária, com exceção para aceiros e casos solicitados diretamente pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
As secretarias estaduais de Saúde, Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, além da Cetesb e da Defesa Civil, destacaram que a piora da qualidade do ar se deve ao acúmulo de poluentes, agravado pela presença de uma massa de ar quente, seco e estável, somada à ausência de chuvas, o que dificulta a dispersão de poluentes.
Impactos da poluição na saúde
A poluição do ar é um fator importante para o desenvolvimento de diversas doenças respiratórias, principalmente em áreas urbanas e industriais. A exposição a poluentes pode gerar danos imediatos e de longo prazo ao sistema respiratório, afetando especialmente grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com condições preexistentes.
Entre as doenças respiratórias relacionadas à poluição do ar, estão:
- Asma: A exposição a poluentes pode desencadear crises asmáticas, aumentando a frequência e intensidade dos sintomas e provocando inflamação nas vias aéreas.
- Bronquite crônica: A exposição prolongada a poluentes causa inflamação dos brônquios, resultando em tosse persistente e produção de muco.
- DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): Condição de longo prazo que inclui bronquite crônica e enfisema. A poluição agrava os sintomas, reduzindo a capacidade respiratória.
- Pneumonia: A qualidade do ar influencia o desenvolvimento e a gravidade de infecções pulmonares, como a pneumonia, especialmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido.
- Câncer de pulmão: A exposição prolongada a substâncias tóxicas presentes no ar, como benzeno e partículas finas, está associada ao aumento do risco de desenvolver câncer de pulmão.
A poluição do ar representa um risco crescente para a saúde pública, e a redução da exposição a poluentes é essencial para minimizar os impactos dessas doenças. O controle das queimadas e a melhora na qualidade do ar são medidas fundamentais para mitigar esses efeitos e proteger a saúde da população.