O apagão após a tempestade afeta 2,1 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Enel enfrenta dificuldades para normalizar o serviço
Na manhã desta terça-feira, 15 de outubro, a Enel Distribuição São Paulo informou que aproximadamente 250 mil pessoas seguem impactadas pela falta de luz provocada pelo temporal da última sexta-feira, 11 de outubro. Segundo a empresa, as chuvas provocaram um apagão que deixou mais de 2,1 milhões de moradores sem energia na Grande São Paulo. No quinto dia após a tempestade, a energia já havia sido restabelecida para 1,8 milhão de pessoas.
“A companhia reforçou as equipes próprias em campo, recebeu apoio de técnicos de outras distribuidoras e deslocou profissionais de outros estados”, informou a Enel.
Fiscalização da Aneel sobre apagão
Na última segunda-feira, 14 de outubro, a Controladoria-Geral da União (CGU) informou que fará auditoria sobre a fiscalização feita pela agência reguladora Aneel na distribuidora de energia elétrica Enel São Paulo, a qual ainda não solucionou o apagão completamente, segundo o responsável pela pasta, Vinicius Carvalho.
A auditoria irá averiguar se houve, por exemplo, falha da Aneel nos trabalhos de fiscalização da concessionária que atende a região metropolitana de São Paulo desde o fim do ano passado e qual é o status de um processo administrativo que deveria ter sido aberto pelo regulador para aplicar sanções à distribuidora, com uma eventual caducidade do contrato de concessão.
“Falha sem dúvida houve, precisamos dimensionar quem falhou, como falhou e como isso não pode se repetir”, disse Carvalho, em coletiva de imprensa.
Papel da CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) supervisiona a gestão pública federal, assegura transparência, integridade e eficiência no uso dos recursos públicos. A CGU realiza auditorias, fiscalizações e investigações para prevenir e combater a corrupção, além de corrigir irregularidades em contratos, processos e ações governamentais.
Também promove a participação social, facilita o acesso à informação e incentiva o controle social. A CGU atua junto a órgãos federais, implementa boas práticas de governança e fortalece a accountability. Sua atuação garante que as políticas públicas atendam aos princípios de legalidade, ética e eficiência.
Qualidade no serviço piora em SP
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa Neto, afirmou no último domingo que a atuação da Enel no apagão deste ano ficou aquém das expectativas e foi pior do que no apagão de novembro do ano passado. Naquela ocasião, a empresa levou 24 horas para restabelecer 60% dos consumidores interrompidos. Esse mesmo patamar foi atingido no evento atual em 42 horas.
“Nos preocupa a capacidade de mobilização da empresa neste momento e a velocidade do restabelecimento do serviço”, afirmou Tiago Mesquita, diretor-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), órgão responsável por apoiar a Aneel na fiscalização da qualidade do serviço de energia elétrica prestado pelas concessionárias.
Segundo Mesquita, é possível realizar a comparação, pois ambos os episódios impactaram a cidade de maneira semelhante. Na Grande São Paulo, área de concessão da Enel, pouco mais de dois milhões de pessoas foram afetadas em ambos os eventos. Em 2023, porém, outras regiões do estado também ficaram sem energia.
Áreas de atuação da Enel
A Enel atua nas principais cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará. Em São Paulo, suas operações abrangem a capital e cidades importantes da Grande São Paulo, como Guarulhos, Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo. No Rio de Janeiro, a Enel fornece energia para Niterói, São Gonçalo e outras cidades da região metropolitana e interior, como Cabo Frio e Campos dos Goytacazes.
Em Goiás, a Enel opera em Goiânia, Anápolis e Rio Verde, cidades estratégicas para o desenvolvimento econômico local. No Ceará, a companhia atende a capital Fortaleza e municípios como Caucaia, Sobral e Juazeiro do Norte, que possuem relevância econômica e populacional no estado. Essas áreas concentram a maior parte de sua operação de distribuição de energia no Brasil.