Se esse é o primeiro texto meu que você está lendo, recomendo dar uma olhada no conteúdo anterior sobre “Como gerar uma renda passiva de R$ 1.412,35 e ter um 2º salário“, pois esse é um texto complementar ao anterior, onde você vai aprender a usar a inflação a seu favor.
Da última vez, falamos que ter uma renda adicional ou passiva é um desejo e até mesmo um grande aliado do brasileiro comum. Mas só ter uma renda passiva pensando em depender dela para sempre não é tudo.
Existe um fator que vai impactar diretamente no poder de compra dessa renda e que se não for revisto de tempos em tempos, pode acabar te trazendo de volta a estaca zero. Esse fator se chama inflação!
Mas, o que é inflação?
Segundo o BCB (Banco Central do Brasil): “Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda. A inflação é medida pelos índices de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação”.
Para ficar mais fácil de entender: a inflação faz com que seu dinheiro tenha um valor menor, e ao passar dos anos aqueles R$ 1.412,35 que você recebia e comprava 10 coisas no mercado, já não tem o mesmo poder, e só serve para comprar apenas 6 ou 7 desses mesmos produtos, pois eles aumentarem de preço.
Logo, a sua renda precisa ser ajustada todos os anos à inflação. Se os preços aumentarem em 10%, a sua renda precisa aumentar em pelo menos 10%, para manter o poder de compra. Se no ano seguinte, os preços aumentarem em 5%, a sua renda precisa aumentar o mesmo percentual para que você pelo menos empate e siga com o mesmo padrão de vida.
A lógica para atingir um patrimônio que te gere uma renda passiva que seja ajustada todos os anos a inflação, é bem parecida com a conta da independência do último texto.
Contas na prática!
Imagine então que você pretende ter a renda de R$ 1.412,35 mensal. Significa que você precisa de R$ 16.948,20 por ano. A forma para descobrir o patrimônio necessário é buscar uma rentabilidade nos investimentos acima da inflação, o que chamamos de ganho real. Geralmente no mercado financeiro usamos taxas entre 4% e 6% + inflação como métrica, pois são desempenhos que você consegue buscar com os investimentos no tesouro direto.
Vamos ao exemplo: para ter R$ 16.948,20 de rendimento anual, a sua carteira precisaria render 4% ao ano + inflação daquele ano. Se você tem investimentos que geram esse resultado, então a conta fica simples:
- Vamos dividir o valor do retorno anual, pela taxa acima da inflação que é 4% :
R$ 16.948,20/4 = R$4.237,05
- Esse valor é equivalente a 1% do que você precisa atingir. Logo, basta multiplicar por 100 para descobrir 100% do patrimônio :
R$4.237,05 * 100 = R$ 423.705,00
Agora, como faço pra chegar nesse valor?
Vamos novamente para a simulação com as condições do texto anterior, porém buscando o patrimônio necessário para ter a renda ajustada a inflação todos os anos: imagine uma pessoa com uma renda de R$ 1.500,00 que poupa R$ 300,00 mensais e tem retorno de 10,50% anuais. Ela levaria quanto tempo para atingir o valor de R$ 161.411,43? Cansou? Agora fica mais simples, vamos à tabela:
Algo entre 25 e 26 anos, poupando R$ 300,00 por mês, garante a renda de R$ 1412,35 ajustados a inflação todos os anos.
Dessa forma, mesmo com investimentos mais conservadores, você consegue criar uma renda para a sua aposentadoria. A única coisa que não pode falhar, é a sua disciplina em poupar e investir.