Uso do dinheiro em espécie caiu 36 pontos percentuais no ano passado, mas continua sendo o método mais utilizado pelos brasileiros
Em 2023, apenas 40,5% das transações foram realizadas com cédulas e moedas, representando uma queda de 36 pontos percentuais em relação a 2019, revelou um estudo recente do Banco Central, divulgados nesta sexta-feira (29). Essa mudança no comportamento dos consumidores demonstra uma crescente preferência por meios de pagamento digitais, como o Pix.
Apesar da queda de 36 pontos percentuais na comparação com 2019 (76,6%), o dinheiro em espécie ainda é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros.
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, tem sido um dos principais responsáveis por essa transformação. Lançado em 2020, o Pix rapidamente se tornou a segunda forma de pagamento mais popular entre os brasileiros, sendo utilizado em 24,9% das transações.
A praticidade, a velocidade e a segurança do Pix o tornaram uma alternativa atrativa ao dinheiro em espécie, especialmente para pequenas transações e pagamentos recorrentes.
Pix
Quando questionados sobre suas preferências em relação aos métodos de pagamento, os participantes da pesquisa demonstraram uma clara preferência pelo Pix. Cerca de 65% dos entrevistados indicaram o Pix como sua principal escolha, destacando sua praticidade e rapidez nas transações.
Em paralelo, 55,7% dos respondentes ainda utilizam o dinheiro como forma de pagamento, evidenciando a persistência de hábitos tradicionais, especialmente em determinados tipos de transações ou em locais com menor infraestrutura tecnológica.
De acordo com dados do Banco Central, uma parcela significativa da população brasileira, equivalente a 17,3%, não utilizou o Pix nos últimos doze meses. A principal razão apontada para essa baixa adesão é a falta de conhecimento sobre o funcionamento e as vantagens do Pix. A complexidade percebida por alguns usuários, especialmente aqueles com menor familiaridade com tecnologias digitais, pode ser um fator inibidor para a adoção desse meio de pagamento.
A pesquisa também se aprofundou nos motivos que levam os usuários do Pix a optarem por outros métodos de pagamento em determinadas situações. Ao analisar as respostas dos participantes, foi possível identificar uma série de fatores que influenciam essa escolha, como a necessidade de ter um comprovante físico da transação, a preferência por utilizar o cartão de crédito para acumular pontos ou milhas, e a preocupação com a segurança em relação a possíveis fraudes.
- Um terço dos entrevistados (33,5%) optou por utilizar um método de pagamento alternativo, citando a velocidade como principal motivo. A agilidade proporcionada por esses métodos, como carteiras digitais e pagamentos por aproximação, permite que as transações sejam concluídas de forma mais rápida e prática, eliminando a necessidade de digitar dados ou esperar por longas filas.;
- A busca por praticidade e economia de tempo impulsionou 33,5% dos entrevistados a escolherem métodos de pagamento alternativos. Ao compararem com os métodos tradicionais, como o cartão de crédito físico ou o boleto bancário, esses consumidores perceberam que as novas opções oferecem uma experiência de compra mais ágil e conveniente.
Do ponto de vista dos estabelecimentos comerciais, o Pix também foi o meio de pagamento mais lembrado, com 69,5% de menções. Já o dinheiro foi citado por 64,4% dos estabelecimentos comerciais.
A pesquisa também identificou um aumento dos pagamentos eletrônicos. No ano passado, 64,1% das pessoas reportaram receber sua principal fonte de renda em conta bancária, um aumento significativo em relação aos 40,2% de 2019.
A pesquisa demonstra uma clara preferência dos estabelecimentos comerciais pelo Pix, que superou o dinheiro como o meio de pagamento mais citado. Essa mudança de comportamento reflete a transformação digital que vem ocorrendo nos hábitos de consumo e pagamento da população.
A instantaneidade e a segurança do Pix o tornam uma opção atrativa para os negócios, que podem reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência de suas operações. No entanto, o dinheiro ainda mantém uma presença relevante, especialmente em segmentos com menor acesso a serviços financeiros digitais.
Essa coexistência de diferentes formas de pagamento evidencia a necessidade de as empresas se adaptarem a um cenário cada vez mais diversificado e oferecerem múltiplas opções de pagamento para atender às demandas de seus clientes.
O Pix oferece cada vez mais facilidades
O Pix por aproximação é mais uma funcionalidade inovadora do Banco Central, lançada em 4 de novembro, que permite que usuários realizem pagamentos instantâneos ao aproximar o celular das maquininhas de cartão. A tecnologia é similar ao que ocorre com pagamentos por aproximação com cartões e faz uso do sistema NFC (Near Field Communication), que permite a troca de informações entre dispositivos próximos.
Esse novo recurso está disponível inicialmente para os clientes do C6 Bank, PicPay, e Itaú (através do Google Pay). O Banco do Brasil também oferece essa opção em seu próprio aplicativo, e o BC informou que o Pix por aproximação deverá estar disponível para todos os bancos até fevereiro de 2025.
A tecnologia NFC permite que os pagamentos sejam feitos rapidamente e com segurança, sem a necessidade de senha ou de abrir o aplicativo do banco. Isso facilita o uso do Pix, trazendo mais praticidade para os clientes. Essa funcionalidade foi criada após o Banco Central identificar que muitos usuários preferem a opção de pagamento por aproximação.
Para fazer um pagamento com o Pix por aproximação, os usuários precisam ter uma conta vinculada ao Google Wallet. No momento do pagamento, o comerciante escolhe a opção Pix na maquininha de cartão, onde um QR code será exibido. O usuário, então, ativa o Google Pay e seleciona o banco vinculado para finalizar a transação. No Itaú, por exemplo, os clientes podem usar maquininhas da Rede para fazer pagamentos dessa forma, enquanto o Banco do Brasil já fez testes com usuários em São Paulo e Brasília.
Além do Pix por aproximação, o Banco Central lançou recentemente o Pix Agendado Recorrente, que possibilita o agendamento de pagamentos automáticos. Esse recurso é especialmente útil para trabalhadores autônomos e pequenos empresários, pois facilita o controle financeiro, permitindo que pagamentos sejam realizados de forma periódica.
Vantagens do Pix por aproximação
O Pix por aproximação traz uma série de benefícios para os usuários. Primeiro, ele torna os pagamentos mais rápidos e práticos, já que não exige senha para transações de valores menores. Com a tecnologia NFC, as trocas de informações entre os dispositivos são feitas de maneira segura, e os dados são criptografados, o que reduz os riscos de fraudes.
Outro ponto positivo do Pix por aproximação é a inclusão financeira. Esse recurso facilita o acesso de mais pessoas aos serviços de pagamento digital, especialmente aquelas que buscam alternativas simples e ágeis para suas transações do dia a dia. Ao democratizar o uso de pagamentos instantâneos, o Pix por aproximação contribui para que cada vez mais pessoas adotem o sistema.
Pix: uma inovação nos pagamentos no Brasil
Desde seu lançamento em novembro de 2020, o Pix revolucionou o sistema financeiro brasileiro. Criado pelo Banco Central, ele trouxe uma alternativa prática para transferências e pagamentos, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. O desenvolvimento do Pix começou em 2018 e envolveu a colaboração de diversas instituições financeiras e empresas de tecnologia, o que ajudou a criar um sistema inclusivo e adaptado às diferentes necessidades dos usuários.
O Pix foi inspirado por sistemas internacionais como o Venmo e o UPI, usados em países como os Estados Unidos e a Índia. No Brasil, ele se destacou por ser uma alternativa mais rápida e acessível em relação a métodos tradicionais, como TED e DOC. Durante a pandemia, a demanda por pagamentos digitais aumentou, o que contribuiu para a popularização do Pix.
Outro ponto importante do Pix é sua segurança. Ele possui mecanismos como criptografia de ponta a ponta e autenticação, protegendo os dados dos usuários e prevenindo fraudes. Desde 2020, o Pix tem sido amplamente utilizado e é visto como um marco na modernização do sistema financeiro nacional. Ao tornar as transações mais rápidas e seguras, o Pix promoveu uma nova forma de fazer pagamentos no Brasil, que hoje já faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros.
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