O novo estádio do Flamengo, que será erguido no terreno do Gásometro, na região central do Rio de Janeiro, tem o potencial de transformar não apenas o clube, mas também a economia do estado. Segundo estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), o impacto econômico estimado para a próxima década é de R$ 5,3 bilhões, impulsionado pelo aumento no número de torcedores e no consumo em torno das partidas. O relatório, intitulado “Potenciais Impactos Econômicos do Novo Estádio do Flamengo”, traz uma análise detalhada de como a arena beneficiará a cidade e seus moradores.
Flamengo: líder econômico no futebol carioca
Em 2023, o Flamengo teve um impacto econômico significativo no futebol carioca, com uma contribuição de R$ 2 bilhões, ou mais da metade do total do setor na cidade do Rio, que chegou a R$ 3,96 bilhões. A importância do Flamengo no cenário esportivo e econômico é evidente, e a construção do novo estádio busca não só consolidar essa posição, mas expandir a presença do clube na economia da região.
Os números evidenciam a influência do time na movimentação de diversos setores, como o comércio e o turismo. “O Flamengo é um dos maiores ativos esportivos do estado, atraindo torcedores de várias regiões e movimentando a economia”, diz o relatório da SMDUE. A nova arena deve intensificar essa movimentação, consolidando o Flamengo como um motor para o crescimento econômico carioca.
Como o novo estádio do Flamengo impulsiona a economia
O valor de R$ 5,3 bilhões, projetado para ser gerado ao longo de dez anos, leva em consideração uma série de fatores. Entre eles, estão os gastos dos torcedores que frequentam o estádio, tanto durante os jogos quanto nos arredores.
Para se ter uma ideia, só os torcedores que vão ao estádio para assistir aos jogos devem gerar uma movimentação de R$ 140,4 milhões, enquanto os que preferem acompanhar as partidas em bares e restaurantes representarão cerca de R$ 280,9 milhões.
Além disso, o estudo incluiu as despesas de quem acompanha o time em partidas fora de casa, resultando em um montante de R$ 411,7 milhões. Ao somar todos esses gastos, chega-se a um total de R$ 833 milhões apenas com o consumo gerado pelo público. Esse valor demonstra a importância econômica de eventos esportivos de grande porte e como eles podem beneficiar diversos setores, desde o transporte até a alimentação e entretenimento.
Aumento na receita e no público
O Flamengo teve uma receita de R$ 1.374 bilhão em 2023, e com o novo estádio, a expectativa é de que essa quantia aumente em 10%. Esse crescimento na receita será impulsionado pela capacidade maior de público na nova arena, que poderá comportar até 64 mil pessoas, acima da média de 55,1 mil torcedores registrada em 2023.
Leia também: Notre-Dame reabre após 5 anos e €500 milhões em restauração
Com essa nova estrutura, o Flamengo projeta uma média de 2,1 milhões de torcedores ao ano, um aumento de 16,2% no total de espectadores. Esse crescimento de público não beneficia apenas o Flamengo, mas também os comerciantes e empreendedores locais que trabalham nos dias de jogo, como vendedores ambulantes, bares, restaurantes e outros pequenos negócios.
O impacto nos arredores do Gásometro
A localização estratégica do novo estádio no Gásometro trará benefícios econômicos adicionais para o bairro e seus arredores. A região, que historicamente enfrentou problemas de desenvolvimento, deve receber novos investimentos em infraestrutura e segurança, gerando oportunidades de emprego e contribuindo para a revitalização do centro do Rio de Janeiro.
O novo estádio pode atrair eventos além dos jogos, como shows e encontros esportivos, aumentando a movimentação na área e incentivando o comércio local. A expectativa é que o Gásometro se torne um ponto de referência para torcedores e visitantes, movimentando o setor de turismo e hospedagem no Rio de Janeiro.
A relevância do Flamengo no turismo e na economia carioca
A capacidade do Flamengo de atrair torcedores de diferentes estados e até mesmo de fora do Brasil é um ponto que reforça seu papel no turismo. A cidade do Rio de Janeiro, um dos destinos mais procurados do país, deve ganhar ainda mais visibilidade e turistas com o novo estádio. Além dos jogos, o local poderá ser um atrativo turístico, especialmente para quem é fã do esporte e quer conhecer a casa do time.
O setor hoteleiro, por exemplo, deve se beneficiar do aumento de torcedores que viajam para acompanhar os jogos. Esse movimento impacta diretamente as receitas do turismo e gera empregos, tanto diretos quanto indiretos. “O futebol é uma das maiores forças turísticas do Brasil, e o novo estádio do Flamengo amplia esse potencial no Rio de Janeiro”, afirma o relatório da SMDUE.
Flamengo como modelo de gestão esportiva e econômica
O projeto do novo estádio do Flamengo não apenas destaca o potencial econômico do futebol, mas também coloca o clube como um exemplo de gestão esportiva e financeira no Brasil. A iniciativa, que tem o apoio da prefeitura e dos órgãos de desenvolvimento, demonstra a capacidade do Flamengo de se reinventar e contribuir com o crescimento do estado.
Além de estimular a economia local, o Flamengo se consolida como um exemplo de inovação e de fortalecimento do setor esportivo, integrando esporte, turismo e economia. Nos próximos anos, o impacto dessa nova arena será sentido não só pelos torcedores, mas também pela população carioca em geral, que se beneficiará das oportunidades geradas.
