A Catedral de Notre-Dame de Paris, um dos monumentos mais icônicos do mundo, reabre oficialmente suas portas ao público em dezembro de 2024, cinco anos após o incêndio que devastou parte de sua estrutura.
Desde o incidente em 16 de abril de 2019, foram investidos mais de €500 milhões em restaurações para devolver à catedral sua grandeza e assegurar que ela permaneça um símbolo da cultura e da história francesas.
Macron prometeu que iria restaurar Notre-Dame
O presidente francês, Emmanuel Macron, que prometeu restaurar a catedral “mais bonita do que nunca”, será um dos primeiros a visitar o local na semana da reabertura. Macron cumprirá o prometido discurso do lado de fora da Notre-Dame, em um ato simbólico que remete à lei francesa de 1905 sobre a separação entre Igreja e Estado.
Segundo o Palácio do Eliseu, o discurso de Macron será um momento de união e orgulho nacional, representando não apenas a França, mas o mundo que acompanhou a tragédia e a recuperação do monumento histórico.
A solenidade de reabertura e missa especial
Marcada para 7 de dezembro, a cerimônia de reabertura reunirá cerca de 2.000 convidados e será transmitida para o mundo todo. Na ocasião, o arcebispo de Paris, Monsenhor Laurent Ulrich, oficializará a reabertura batendo na porta principal da catedral com seu cajado, em um gesto que simboliza o “despertar” do local sagrado.
A celebração será acompanhada por uma performance musical, com destaque para o Magnificat de Bach e o Te Deum, proporcionando um momento de elevação espiritual e artística para todos os presentes.
A reabertura será seguida, no dia 8 de dezembro, por uma missa que marcará o início de uma nova era para a catedral. Após a cerimônia, Notre-Dame estará aberta para visitas durante a primeira semana até as 22h, permitindo que turistas e cidadãos possam vivenciar o momento histórico.
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O projeto de restauração
Desde o incêndio, milhões de euros foram arrecadados em doações para restaurar a Notre-Dame. O projeto já consumiu cerca de €500 milhões, e um superávit de aproximadamente €140 milhões será destinado a futuras manutenções e preservações da estrutura.
Philippe Jost, um dos responsáveis pela restauração, destacou que a catedral já apresentava problemas estruturais antes do incêndio, e as intervenções realizadas nos últimos anos foram fundamentais para assegurar sua durabilidade.
O projeto envolveu equipes de especialistas em arquitetura, restauração de arte e preservação histórica, além de uma série de artesãos e trabalhadores da construção civil que dedicaram suas habilidades para devolver ao edifício sua grandeza. As obras foram feitas com materiais e técnicas que respeitam a construção original da catedral, mantendo a autenticidade da estrutura e de seu legado arquitetônico.
Outro elemento simbólico da reabertura será a devolução de uma estátua quase em tamanho real da Virgem Maria, datada do século XIV, que sobreviveu ao incêndio. A imagem fará uma procissão pelas ruas de Paris na véspera da reabertura, antes de retornar ao seu local de origem dentro da catedral, reforçando a ligação entre o monumento e o patrimônio religioso e cultural da França.
Além disso, o “grande órgão” da Notre-Dame, que também resistiu às chamas, será restaurado em pleno funcionamento. Durante a cerimônia de abertura, ele será “despertado” pela primeira vez em cinco anos, enchendo a catedral com sua poderosa ressonância e lembrando aos visitantes o som que marca a identidade do monumento.
Visitas em Notre-Dame só serão realizadas por meio de reservas
Com a grande expectativa de visitantes após a reabertura, o acesso a Notre-Dame será controlado por um sistema de reservas, disponível tanto pelo site da catedral quanto por um aplicativo recém-lançado.
Durante a primeira semana de funcionamento, o público poderá visitá-la até as 22h, uma medida que visa acomodar o fluxo de pessoas e oferecer a chance de contemplar o espaço recém-revitalizado. As reservas devem ajudar a preservar a catedral do desgaste excessivo, permitindo um turismo mais organizado e respeitoso.
A Catedral de Notre-Dame, que transcende a cultura francesa e ocupa um lugar especial na história global, representa um triunfo da arte e da arquitetura góticas. Sua restauração é um marco para a França e para todos que valorizam a herança cultural e religiosa. Em um mundo em que tragédias e desafios são constantes, a reabertura da Notre-Dame reforça a importância de preservar símbolos de esperança e história.
A catedral representa a resiliência e a dedicação do povo francês em restaurar uma obra-prima de sua história. Mais do que uma construção, ela é um patrimônio erguido para enfrentar o tempo e continuará a inspirar gerações, seja por sua arquitetura ou pela fé que ela simboliza. A reabertura marca o retorno de um dos pontos mais visitados do mundo, e Paris aguarda ansiosa para celebrar este importante momento.
A Catedral de Notre-Dame voltará a brilhar em Paris, como símbolo não só da arquitetura e da fé, mas também da resistência e união. Este projeto de restauração, que mobilizou recursos, tecnologia e muito cuidado com o patrimônio cultural, entrega ao mundo uma catedral que renasce após um dos eventos mais desafiadores de sua história.