Os brasileiros enfrentarão um aumento no custo da ceia de Natal neste ano, com a cesta de produtos típicos registrando alta média de 9,16%. De acordo com a prévia do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), o preço médio da cesta natalina chegou a R$ 439,30 em novembro de 2024, contra R$ 402,45 no mesmo período de 2023.
Essa elevação ultrapassa a inflação acumulada no ano, que ficou em 3,88%, e a dos últimos 12 meses, de 4,76%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. O impacto mais expressivo nos preços recai sobre carnes e itens importados, como azeite de oliva, que lidera a alta com um aumento de 21,30%.
Carnes como vilãs da alta nos preços
A alta nos preços das carnes, tradicionalmente parte das celebrações natalinas, tem sido atribuída a fatores como a seca intensa em setembro e outubro, que reduziu a oferta no mercado interno, aliada ao aumento das exportações. O lombo de porco, por exemplo, apresentou elevação de 19,72%, seguido pelo pernil (17,80%), filé mignon (16,87%) e picanha (14,94%).
Essas variações refletem uma menor disponibilidade de animais abatidos e uma forte demanda, tanto interna quanto externa, especialmente para cortes nobres. Além disso, a inflação oficial de outubro revelou aumentos expressivos em cortes populares, como acém (9,09%), costela (7,40%) e contrafilé (6,07%), segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Importados e eventos climáticos: azeite e suco de laranja em alta
Outro item de destaque na alta de preços é o azeite de oliva, cujo custo aumentou devido à seca que atingiu os principais produtores na Europa, como Espanha e Portugal. Como o Brasil depende majoritariamente da importação do produto, o impacto foi direto no consumidor. O suco de laranja também registrou aumento significativo, de 16,19%, causado por uma colheita desfavorável em razão da seca no Brasil.
Planejamento e antecipação como saída
Especialistas recomendam que os consumidores planejem suas compras de fim de ano com antecedência. Guilherme Moreira, economista da Fipe, afirma que, devido à sazonalidade e ao aumento da demanda, os preços devem continuar subindo até o Natal. Itens como peru, chester e lombo ainda podem sofrer alterações significativas nas semanas próximas às festividades.
Para driblar a alta, uma das estratégias é buscar promoções e substituições por produtos similares, como cortes alternativos de carne ou opções menos tradicionais, sem abrir mão do espírito natalino.
Desafios para a ceia de Natal em 2024
O aumento nos preços da ceia natalina evidencia os desafios econômicos enfrentados pelos brasileiros em um ano de recuperação econômica. A combinação de fatores climáticos, alta demanda e pressões de mercado internacional reflete um cenário que exige dos consumidores maior planejamento financeiro.
Ainda assim, o impacto da inflação sobre itens típicos das festividades reforça a importância de adaptar o orçamento às condições de mercado. Embora o Natal seja um momento de celebração, o planejamento pode ajudar a manter a tradição sem comprometer a saúde financeira das famílias.
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