O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou na tarde da última terça-feira, 11 de fevereiro, um novo recorde de carga instantânea no Sistema Interligado Nacional (SIN), em meio a uma intensa onda de calor que atinge o Brasil. Às 14h37, a demanda por energia atingiu a marca histórica de 103.335 MW, superando o recorde anterior de 102.810 MW, registrado em 22 de janeiro.
Regiões mais afetadas do Brasil e previsões
A região Sul, uma das mais impactadas pelo calor extremo, também estabeleceu um novo recorde de demanda máxima instantânea, alcançando 21.950 MW. Segundo previsões do Climatempo, a onda de calor deverá persistir até sexta-feira, 21 de fevereiro, afetando várias regiões do país.
O fenômeno tem impulsionado o uso intensivo de aparelhos de refrigeração, como ar-condicionado e ventiladores, refletindo diretamente no consumo de energia.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma onda de calor se configura quando as temperaturas permanecem 5 °C acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos. No Brasil, estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí registram temperaturas próximas de 40 °C, enquanto capitais do Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, podem bater recordes de calor para o ano.
Impacto no setor elétrico
Segundo o ONS, as condições climáticas tiveram papel fundamental no aumento da carga elétrica, impulsionando a demanda por eletricidade em todo o país. O diretor-geral do órgão, Marcio Rea, destacou que o recorde reflete a capacidade do SIN de atender plenamente às necessidades energéticas da população, mesmo diante de desafios climáticos extremos.
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Além disso, a alta demanda pode pressionar o setor elétrico, exigindo uma maior diversificação da matriz energética para garantir o fornecimento adequado. O Brasil já conta com uma ampla participação de fontes renováveis, como hidrelétrica, solar e eólica, que desempenham um papel fundamental para suprir as necessidades energéticas.
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Onda de calor e consumo energético
Com o aumento das temperaturas, o uso de aparelhos de climatização se torna essencial para a população, elevando o consumo de energia. Curiosamente, apesar do aumento da demanda, os preços de eletrodomésticos como ar-condicionado e ventiladores tiveram uma queda, de acordo com levantamento recente.
A Climatempo prevê que o calor extremo afetará estados como Paraná, São Paulo e Espírito Santo, com chances de novos recordes de temperatura nos próximos dias. Na cidade de São Paulo, os termômetros podem marcar até 35 °C, enquanto no Rio de Janeiro a previsão aponta para 39 °C até o final da semana.
Desafios e medidas futuras
Diante da crescente demanda por energia e das mudanças climáticas que intensificam eventos extremos, especialistas reforçam a importância de investimentos em infraestrutura elétrica e fontes sustentáveis. O governo e o setor elétrico devem continuar monitorando o cenário e adotando medidas para garantir o abastecimento eficiente de energia em períodos críticos.
Com a previsão de que eventos climáticos extremos se tornem mais frequentes, a busca por soluções energéticas eficientes e sustentáveis será essencial para manter a estabilidade do fornecimento e minimizar impactos na população.