O programa Desenrola Brasil, lançado em 2023, foi uma iniciativa do governo federal para ajudar milhões de brasileiros a renegociarem suas dívidas e recuperarem o acesso ao crédito.
Com a adesão de mais de 15 milhões de pessoas, o programa teve um papel fundamental na redução da inadimplência e no aumento da inclusão financeira.
No entanto, com a melhora do cenário econômico, o governo não pretende lançar uma nova edição em 2025.
Por que o governo não vai renovar o Desenrola Brasil?
Durante entrevista a CNN, Marcos Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, explicou que o Desenrola foi uma medida conjuntural, criada para enfrentar um momento específico da economia brasileira. O alto nível de inadimplência observado nos últimos anos foi, em grande parte, consequência da crise econômica gerada pela pandemia. Agora, com a recuperação econômica, o governo considera que a necessidade de um programa semelhante deixou de existir.
“A gente tinha uma situação vinda da pandemia, de grande crise econômica, com alta inadimplência. Então, tomamos essa medida para atacar esse problema. No momento, não vemos necessidade de um novo programa, pois as condições mudaram”, afirmou Marcos Pinto.
Apesar disso, ele não descartou que o governo possa lançar novas iniciativas semelhantes no futuro, caso surja uma nova crise que afete diretamente o endividamento da população.
Impactos da não renovação do programa
A não continuidade do Desenrola Brasil pode gerar impactos tanto positivos quanto negativos. Entre os pontos positivos, especialistas destacam que a recuperação econômica indica que menos brasileiros precisam desse tipo de ajuda para quitar dívidas. O aumento do emprego e da renda disponível para as famílias também contribui para que as pessoas consigam renegociar seus débitos diretamente com bancos e credores, sem a necessidade de uma intervenção governamental.
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Por outro lado, a decisão pode frustrar aqueles que ainda enfrentam dificuldades financeiras. Segundo dados do Banco Central, mesmo com a melhora na economia, milhões de brasileiros ainda possuem dívidas ativas, muitas delas com juros elevados. Sem um programa como o Desenrola, essas pessoas podem ter mais dificuldades para obter condições favoráveis de pagamento.
O que o governo está planejando para ajudar os consumidores?
Mesmo sem uma nova edição do Desenrola Brasil, o governo pretende continuar implementando medidas para melhorar o acesso ao crédito e reduzir os juros. Entre as iniciativas mencionadas pelo secretário Marcos Pinto, estão:
- Reforma tributária: mudanças na estrutura de impostos para simplificar e reduzir a carga tributária sobre consumo;
- Redução do spread bancário: incentivo para que os bancos diminuam a diferença entre os juros que cobram e os que pagam aos investidores;
- Ampliação do uso de garantias para crédito: novas regras que permitem o uso de bens, como imóveis, como garantia para obtenção de financiamentos com juros menores.
Além disso, há um esforço do governo para melhorar a comunicação sobre as ações econômicas, garantindo que a população compreenda as mudanças e se beneficie delas a longo prazo.
O que fazer se você continua endividado?
Para quem não conseguiu participar do Desenrola Brasil e ainda enfrenta dificuldades para pagar suas dívidas, algumas alternativas podem ser consideradas:
- Negociar diretamente com os bancos e credores: muitas instituições oferecem condições especiais para clientes endividados, como parcelamentos sem juros ou descontos para pagamento à vista.
- Acompanhar programas estaduais e municipais: algumas cidades e estados lançam campanhas de renegociação de dívidas ao longo do ano.
- Buscar apoio de órgãos de defesa do consumidor: o Procon e outras entidades podem ajudar consumidores a encontrar melhores condições de pagamento.
- Organizar um planejamento financeiro: criar um orçamento detalhado e estabelecer prioridades de pagamento pode ajudar a evitar novos endividamentos.
O fim do Desenrola Brasil em 2025 reflete a visão do governo de que a economia está se recuperando e que medidas emergenciais como essa não são mais necessárias no momento. No entanto, a preocupação com o endividamento da população continua, e novas políticas podem ser implementadas no futuro caso haja necessidade. Enquanto isso, quem ainda precisa quitar dívidas deve buscar alternativas de renegociação para evitar a inadimplência e melhorar sua saúde financeira.
