O Carnaval do Rio de Janeiro de 2025 terminou com uma grande festa para a Beija-Flor, campeã do Grupo Especial, mas também trouxe penalidades para algumas escolas de samba. Unidos da Tijuca, Mocidade Independente de Padre Miguel, Salgueiro e Portela receberam multas que variam entre R$ 80 mil e R$ 250 mil, totalizando R$ 830 mil. As punições foram aplicadas por descumprimento do regulamento criado pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que organiza os desfiles.
Infrações e penalidades de cada uma das escolas
As penalidades foram anunciadas pelo locutor e ex-presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, antes da leitura das notas. O objetivo das multas é reforçar o cumprimento das regras, garantindo a organização dos desfiles.
As infrações incluem problemas na dispersão, número excessivo de componentes na diretoria e irregularidades no final do desfile. Confira os detalhes:
- Unidos da Tijuca: multa de R$ 80 mil por não retirar suas alegorias dentro do tempo determinado, causando transtornos na dispersão.
- Mocidade Independente de Padre Miguel: multa de R$ 250 mil por ultrapassar o limite de integrantes na diretoria, desfilando com 44 componentes, quando o máximo permitido é 30.
- Salgueiro: penalização de R$ 250 mil pelo mesmo motivo da Mocidade, levando 56 membros da diretoria para a avenida, acima do limite.
- Portela: multa de R$ 250 mil por permitir que mais de 100 integrantes desfilassem após o último setor da escola, o que fere o regulamento.
Essas regras existem para evitar desorganização nos desfiles e garantir que todas as escolas tenham condições iguais de competir.
Leia também: Como usar a IA para organizar sua vida após o Carnaval?
No entanto, de acordo com alguns participantes, a organização das escolas suspeitaram que não haveriam contagem de participantes, o que gerou o erro no excesso de participantes.
Regulamento e outras infrações
O regulamento da Liesa estabelece diversas normas para manter a fluidez do desfile e evitar prejuízos às agremiações e ao público. Além das infrações citadas, há outras situações que podem gerar penalidades financeiras ou até mesmo perda de pontos:
- Tempo de desfile: cada escola tem no máximo 70 minutos para atravessar a Sapucaí. O descumprimento pode resultar em multas entre R$ 45 mil e R$ 120 mil, além da perda de pontos na apuração.
- Alegorias: carros alegóricos devem estar equipados com dispositivos que permitam sua remoção rápida por guinchos. Caso contrário, a escola pode ser multada em R$ 150 mil.
- Proibições gerais: a Liesa também estabelece restrições, como a proibição de genitálias expostas, mesmo que pintadas ou decoradas, e o uso de animais vivos no desfile.
Essas regras são constantemente revisadas para melhorar a organização do evento e garantir a segurança dos participantes, além de manter o padrão da festa, de forma inclusiva e respeitosa.
Impacto das multas para as escolas durante o carnaval
As penalidades financeiras podem impactar diretamente os cofres das escolas de samba, que dependem de patrocínios, ingressos de eventos e repasses públicos para financiar suas atividades. Multas elevadas reduzem a verba disponível para o próximo desfile, o que pode afetar desde a produção de fantasias e alegorias até a contratação de profissionais.
Apesar das multas, as escolas de samba seguem como protagonistas do espetáculo que atrai milhares de turistas e movimenta a economia carioca. Para 2026, a expectativa é de que as agremiações redobrem a atenção ao regulamento para evitar novas penalizações.
Para onde vai o dinheiro das multas?
As multas aplicadas pela Liesa são direcionadas para o próprio funcionamento da Liga e para melhorias na infraestrutura do Carnaval. Parte do valor arrecadado é investido na organização dos desfiles, incluindo logística, segurança e manutenção do Sambódromo. Além disso, a verba pode ser utilizada para apoiar escolas de samba que enfrentam dificuldades financeiras, garantindo que todas possam se preparar adequadamente para o próximo desfile.
Caso uma escola não pague a multa, ela pode sofrer sanções como a retenção de repasses financeiros ou até mesmo o impedimento de desfilar no ano seguinte. Além disso, a inadimplência pode resultar na perda de pontos para a agremiação em edições futuras do Carnaval.