Empresa cria o primeiro modelo com aluguel de equipamentos médicos e ortopédicos

A ideia do projeto foi implementada em 2019, após fundador da marca enxergar uma brecha no mercado de aluguel de equipamentos; apenas em 2023, foram cerca de 2000 assinaturas

O trauma ortopédico é um problema de saúde pública que afeta parcela da população mundial anualmente causado seja por questões externas ,como acidentes, ou pelo aumento da expectativa de vida, associando-se a eventos incapacitantes e ao aumento de fraturas fisiológicas, comuns com a chegada da idade.

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Traumas ortopédicos são um problema de saúde pública – Foto: Reprodução/ Canva

Em novembro do ano passado, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, anunciou um investimento estadual de R$48,5 milhões no novo Mutirão de Ortopedia da Secretaria da Saúde, com repasses para procedimentos desta natureza, de média e alta complexidade. 

O objetivo era eliminar o colapso nas cirurgias públicas nos próximos 24 meses, e com a implementação da Tabela SUS Paulista e incremento planejado, manter o mutirão em funcionamento ao longo de todo o ano de 2024.

Esta estratégia faz parte das ações do Governo de São Paulo para redução das filas de espera por cirurgias, que se intensificaram durante a pandemia. De acordo com balanço da Secretaria da Saúde, um terço das cirurgias eletivas realizadas em São Paulo, em 2023, foram resultado destes mutirões.

Se reinventando no pós-pandemia

Com a chegada inesperada da pandemia de Covid-19, muitos setores foram abalados e tiveram que se adaptar a uma nova realidade. Nisso, a economia do compartilhamento, também chamada de “Nova Economia”, ganhou força, quando gestores hospitalares precisaram adaptar-se rapidamente à realidade para atender, de forma rápida, a grande demanda por aparelhos médicos no atendimento dos pacientes.

Diante deste cenário, o aluguel de equipamentos hospitalares se tornou uma alternativa viável, principalmente para driblar a burocracia do processo de compra e a escassez dos equipamentos junto aos fabricantes.

Um estudo desenvolvido pela Market Reports World mostrou que o mercado de locação de equipamentos médicos cresceu em 20 países após a pandemia. Ainda de acordo com o relatório, este cenário se manterá em crescimento pelo menos nos próximos cinco anos.

O empresário Rodrigo Mattos sabe muito bem a importância de uma recuperação de trauma humanizada. Um acidente de moto o deixou com uma sequela permanente na perna, e foi aí que ele enxergou uma oportunidade de empreender, criando a Santa Muleta, em 2016, voltada para a venda e aluguel de equipamentos médicos e ortopédicos. O negócio deu tão certo, que, em 2022, a empresa entrou para o ramo de franquias.

Pioneira em modelo de assinatura de aluguel

O trauma ortopédico acarreta aumento das internações hospitalares, extensos períodos de reabilitação, além dos custos com o tratamento, o que inclui os gastos com equipamentos ortopédicos. Nisso, o aluguel se mostra uma alternativa mais viável quando se trata de economia.

Segundo Mattos, comparando somente os produtos de seu catálogo que podem ser comprados ou alugados, 75% dos clientes optaram pelo aluguel equipamento por um período do que comprar. Ele enxergou uma brecha para inovar neste segmento e lançou, em 2019, o primeiro modelo de assinatura de aluguel de equipamentos médicos no país, com o propósito de otimizar este processo.

“A ideia surgiu da dificuldade em cobrar as pessoas na renovação das assinaturas. Vendo isso, busquei soluções de pagamentos recorrentes para facilitar tanto para a empresa quanto para o cliente, que já está em uma situação de dor e não precisa ir até a loja renovar a locação. Implementamos em 2019, e a inadimplência caiu de 30% para 5% já no primeiro ano.”

As locações realizadas pela empresa são feitas apenas neste modelo, e os clientes podem optar por um plano de assinatura semanal ou mensal. Para alugar, basta informar os dados pessoais, as características do paciente (peso, altura, limitação) e o endereço de envio, que serão utilizados apenas no preenchimento do contrato e cadastro de locação.

Após a confirmação de pagamento, o equipamento será enviado para onde o cliente estiver. “A pessoa usa o tempo que precisar, e as cobranças da assinatura vão sendo renovadas automaticamente. Tem pessoas que assinam o semanal e utilizam três ou quatro dias, e tem pessoas que ficam mais de um ano com o equipamento alugado”, explica Rodrigo.

Ele também aproveita para destacar algumas das vantagens do aluguel de equipamentos ao invés de comprar: economia de dinheiro (pois a locação é muito mais barata que a aquisição), o equipamento não fica parado em casa sem uso após a recuperação, e ainda, é uma medida que colabora com o meio ambiente, pois diminui a produção de novos itens e o descarte deles.

Modelo de negócios promissor

Os números falam por si só e demonstram que investir em uma franquia da Santa Muleta carrega bastante potencial. Hoje, o Brasil conta com 30 milhões de idosos e, de acordo com previsões de especialistas, este número pode dobrar em 2050. Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, a estimativa de queda entre os idosos com 80 anos ou mais é de 40%.

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Aluguel de equipamento é um modelo rentável de negócios – Foto: Reprodução/Santa Muleta

Além disso, em uma década, aumentaram 55% as internações de motociclistas, segundo o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é um mercado “a prova de crises”, segundo Mattos, porque, “independentemente do que aconteça, as pessoas vão continuar tendo problemas ortopédicos e passando por cirurgias”.

A Santa Muleta se enquadra como microfranquia, com dois modelos de negócios: home based e loja física. O investimento inicial é a partir de R$20 mil (já incluso taxa de franquia, capital de giro e investimento em equipamento e instalação). “Somos pioneiros nesse modelo de franquia, então os primeiros franqueados vão ser beneficiados pelo grande mercado inexplorado”, finaliza Rodrigo.

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