A economia da alegria: autocuidado e bem-estar no consumo

Comportamentos de compra têm mudado de forma significativa desde a pandemia. Um dos aspectos mais evidentes dessa transformação é o foco no autocuidado e na busca pela felicidade. Este novo fenômeno, denominado “economia da alegria”, está moldando o mercado de forma inédita e coloca o bem-estar emocional e físico como prioridade para os consumidores.

Conforme dados revelados no Latam Retail Show 2024, evento de destaque no setor de varejo, 78% dos consumidores, hoje, priorizam compras que promovam autocuidado.

A “economia da alegria” e o impacto no mercado

O termo “economia da alegria” foi introduzido por Daniel Marimoto, vice-presidente para a América Latina da Circana, uma consultoria global especializada em comportamento e hábitos de consumo. Durante uma entrevista, Marimoto destacou que a pandemia acelerou essa mudança no comportamento dos consumidores. As pessoas estão cada vez mais interessadas em produtos e serviços que proporcionem não apenas necessidades básicas, mas também contribuam para o seu bem-estar emocional e físico.

Marimoto explicou que, em tempos de incerteza econômica, o consumidor está mais consciente de suas escolhas e busca por experiências que tragam uma sensação de felicidade. Seja por meio de produtos de beleza, entretenimento ou até mesmo brinquedos e jogos voltados para adultos, como quebra-cabeças e Lego, o foco é investir em itens que promovam momentos de descontração e nostalgia.

Esse comportamento é uma resposta direta aos desafios emocionais vividos durante e após a pandemia, período que revisitou a necessidade de cuidar da saúde mental.

Autocuidado como prioridade no consumo

O estudo apresentado no Latam Retail Show mostra que o autocuidado não se restringe mais apenas ao setor de saúde e beleza, mas se espalha por várias indústrias. Produtos que incentivam uma vida mais equilibrada, com foco na saúde mental e emocional, estão ganhando terreno em diversos setores. No segmento de beleza, por exemplo, marcas estão reformulando suas ofertas para atender a essa demanda crescente por produtos que proporcionem não apenas cuidados estéticos, mas que também estejam alinhados a um estilo de vida saudável.

A indústria de entretenimento, tradicionalmente voltada para lazer e diversão, também tem se beneficiado dessa mudança de paradigma. Jogos de tabuleiro, brinquedos nostálgicos e até atividades manuais, como artesanato e quebra-cabeças, ganharam popularidade entre os adultos, oferecendo momentos de relaxamento e satisfação pessoal. Esse tipo de consumo, que foca na promoção do bem-estar e da felicidade, reflete a importância crescente do autocuidado nas decisões de compra.

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Marcas e a reconexão com o consumidor

A “economia da alegria” representa uma oportunidade para marcas e varejistas que buscam se reconectar com seus consumidores. A oferta de produtos que promovam autocuidado, bem-estar e felicidade pode ser um diferencial competitivo em um mercado saturado. Além disso, as empresas têm o desafio de não só vender produtos, mas também oferecer experiências que criem uma conexão emocional com o cliente.

As marcas que conseguirem alinhar suas estratégias a essa nova demanda por autocuidado e bem-estar estarão mais aptas a criar relacionamentos duradouros com seus consumidores. Isso envolve desde a personalização de produtos até a criação de campanhas que coloquem a saúde mental e emocional no centro das atenções. Essa abordagem mais humana e consciente, segundo Marimoto, é essencial para conquistar o consumidor moderno, pois valoriza experiências que vão além da simples funcionalidade de um produto.

O futuro do consumo focado no bem-estar

À medida que a economia global enfrenta desafios, como inflação e incertezas econômicas, a tendência é que o consumidor continue priorizando produtos que tragam um senso de felicidade e conforto. A “economia da alegria” é uma resposta a esses tempos de instabilidade, oferecendo uma forma de reconectar as pessoas com suas necessidades emocionais e físicas.

Empresas de diversos setores podem se beneficiar dessa tendência ao colocar o autocuidado no centro de suas estratégias de marketing. Seja por produtos inovadores que promovam bem-estar, ou por serviços que ofereçam experiências transformadoras, o mercado está se adaptando a um novo tipo de consumidor: aquele que valoriza a felicidade e a saúde mental acima de tudo.

A “economia da alegria” não é apenas uma tendência passageira, mas uma mudança significativa no comportamento do consumidor. Marcas que abraçam essa transformação,— e ajustam suas estratégias para incluir o autocuidado e o bem-estar emocional em seus produtos e serviços,— terão mais chances de sucesso em um mercado cada vez mais competitivo. Como mostra o estudo apresentado no Latam Retail Show 2024, o consumidor moderno está em busca de algo mais profundo do que produtos e serviços tradicionais: ele quer experiências que promovam felicidade e equilíbrio em sua vida.

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