Com a crescente digitalização do mercado e a popularização dos aplicativos de entrega, trabalhar como entregador tem se tornado uma alternativa cada vez mais popular para quem busca complementar sua renda ou até mesmo iniciar um novo modelo de trabalho.
Porém, a pergunta que muitos fazem é: será que essa é realmente uma boa opção para garantir uma renda extra? Vamos analisar os prós e contras de trabalhar com entregas e entender se essa atividade pode ser financeiramente vantajosa.
A ascensão do mercado de entregas
Nos últimos anos, o setor de entregas viu um crescimento exponencial. Aplicativos como iFood, Uber Eats e Rappi, que conectam restaurantes e consumidores, tornaram-se parte do cotidiano, especialmente durante a pandemia de Covid-19, momento que acelerou o consumo de produtos via delivery.
Além disso, o comércio eletrônico também passou a utilizar entregadores para realizar o transporte de encomendas, desde pequenos pacotes até eletrodomésticos e móveis. Com essa demanda crescente, muitos veem no trabalho de entregas uma oportunidade interessante para gerar renda extra, seja de forma esporádica ou regular.
Flexibilidade: um dos grandes atrativos
Uma das maiores vantagens de trabalhar com entregas é a flexibilidade de horários. Diferente de trabalhos tradicionais, onde o trabalhador precisa cumprir horários fixos, quem opta por atuar como entregador pode escolher seus próprios períodos de atividade. Isso significa que é possível ajustar a rotina de entregas conforme a disponibilidade, o que torna essa alternativa atrativa para pessoas que já possuem outros empregos ou compromissos.
Por exemplo, trabalhadores que atuam em regime de meio período ou freelancers podem usar as horas vagas para realizar entregas e aumentar sua renda. A flexibilidade também é vantajosa para estudantes ou pessoas que estão em transição de carreira e precisam de uma fonte de renda temporária.
Quanto ganha um entregador?
O potencial de ganho é uma das questões centrais para quem considera trabalhar com entregas. De acordo com pesquisas recentes, a média de rendimento de um entregador no Brasil varia bastante dependendo da região, da demanda de entregas e das horas trabalhadas.
Em grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, é possível ganhar entre R$ 1.500 e R$ 3.000 mensais trabalhando em tempo integral. Para quem busca apenas uma renda extra, trabalhando algumas horas por dia, o valor pode variar entre R$ 500 e R$ 1.500 por mês.
É importante lembrar que esses valores podem oscilar bastante, dependendo das condições de trabalho e de fatores como:
- Horários de pico: as entregas tendem a ser mais frequentes em horários de almoço e jantar, o que aumenta as oportunidades de serviço e, consequentemente, os ganhos.
- Distância percorrida: quanto mais longa a entrega, maior o valor recebido, porém, isso também eleva os custos com combustível e manutenção do veículo.
- Gorjetas: em algumas plataformas, o entregador pode receber gorjetas dos clientes, o que complementa a renda.
Custos que o entregador precisa arcar
Embora o potencial de ganhos seja interessante, é fundamental considerar os custos que o trabalho de entregas acarreta. Diferente de empregos com carteira assinada, onde o trabalhador recebe benefícios como vale-transporte e seguro, no modelo de entregas o profissional precisa arcar com todas as despesas de locomoção e manutenção de seu veículo.
Os principais custos incluem:
- Combustível: para quem usa moto ou carro, o gasto com combustível pode ser significativo, principalmente em cidades onde as distâncias são maiores.
- Manutenção do veículo: entregadores que utilizam moto ou carro precisam realizar manutenções periódicas, como troca de óleo, pneus e freios.
- Equipamentos: o uso de mochila térmica para manter a comida aquecida e outros acessórios, como capas de chuva e capacete, são essenciais para o trabalho.
- Seguros: quem trabalha com entregas pode considerar a contratação de seguro para o veículo e para acidentes pessoais, já que o trabalho envolve riscos.
Além disso, os entregadores são considerados autônomos, o que significa que não possuem direitos trabalhistas tradicionais, como férias remuneradas, 13º salário ou licença médica. Portanto, qualquer interrupção no trabalho, seja por motivos de saúde ou por problemas no veículo, resulta em perda de renda imediata.
Desafios e riscos da profissão
Apesar da flexibilidade e do potencial de ganhos, o trabalho de entregas não está isento de desafios. Um dos principais problemas relatados por entregadores é a questão da segurança. Em algumas cidades, os entregadores estão sujeitos a roubos e assaltos, especialmente aqueles que utilizam motos ou bicicletas.
Além disso, há o fator físico. Trabalhar muitas horas seguidas em cima de uma moto ou bicicleta pode ser exaustivo e prejudicar a saúde a longo prazo, resultando em problemas de coluna, cansaço extremo e lesões, como tendinites. Para os que utilizam carro, o estresse de enfrentar o trânsito em horários de pico também é um ponto negativo.
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Vale a pena trabalhar com entregas?
Trabalhar com entregas pode, sim, ser uma boa opção para quem busca uma renda extra, especialmente pela flexibilidade de horários e pelo fato de o setor estar em crescimento constante. No entanto, é crucial que os interessados avaliem cuidadosamente os custos e os riscos envolvidos, para garantir que o esforço e o investimento gerem um retorno financeiro satisfatório.
Para quem tem veículo próprio, pode se organizar em horários de maior demanda e está disposto a lidar com os desafios da profissão, o trabalho de entregas pode ser uma alternativa viável para complementar a renda. Contudo, é importante estar ciente de que, para alcançar uma renda significativa, é necessário trabalhar em um ritmo constante e eficiente.
Por fim, para aqueles que estão considerando ingressar nessa área, recomenda-se uma pesquisa detalhada sobre as melhores plataformas de entrega, os custos envolvidos e os cuidados com segurança e saúde. Assim, é possível maximizar os ganhos e minimizar os riscos associados a essa atividade.
Trabalhar com entregas é uma alternativa interessante para quem busca flexibilidade e uma fonte de renda adicional. No entanto, como qualquer trabalho, exige planejamento, cuidado com os custos e atenção aos desafios da profissão. Avaliar cuidadosamente os prós e contras pode ajudar a decidir se essa é, de fato, uma boa opção para você.