A Ferrari comprada por um colecionador teve o valor triplicado, passando de R$ 400 mil para aproximadamente R$ 1,4 milhão
Giovanne Biaseto, um empresário paulista apaixonado por carros desde a infância, realizou um sonho antigo ao adquirir uma Ferrari que estava esquecida em uma garagem no Maranhão. A busca pela joia automotiva foi longa e repleta de desafios, mas a persistência e o investimento valeram a pena. A paixão de Giovanne por carros começou na infância, com a coleção de miniaturas.
Com o tempo, essa paixão evoluiu para uma coleção de veículos reais, incluindo um clássico Ford 1928 que pertencia ao seu avô. No entanto, o sonho de ter uma Ferrari sempre esteve presente. Após anos de busca, em 2019, Giovanne descobriu a existência de uma Ferrari abandonada na garagem de uma viúva em São Luís.
O carro, com a carroceria oxidada pela maresia, estava envolvido em um processo de inventário, o que dificultou a negociação. A distância geográfica e as condições do veículo não desanimaram o colecionador. Após um ano de tentativas, Giovanne conseguiu entrar em contato com a viúva e iniciar o processo de aquisição. A compra, no entanto, não foi simples.
O veículo estava avaliado pelo valor de inventário, e a família precisava finalizar o processo sucessório antes de poder vendê-lo. Após cinco anos de espera, paciência e investimentos, Giovanne finalmente conseguiu colocar a Ferrari nas ruas.
A restauração completa, que incluiu a recuperação da carroceria e a revisão mecânica, custou cerca de R$ 300 mil. No entanto, o investimento foi mais do que justificado: o valor de mercado do veículo triplicou, passando de R$ 400 mil para aproximadamente R$ 1,4 milhão.
Com a Ferrari em sua garagem, Giovanne realizou um sonho de infância e expandiu sua coleção de carros, que agora inclui modelos clássicos e esportivos. A história da aquisição da Ferrari é um exemplo de como a paixão por carros, aliada à persistência e ao investimento, pode transformar um sonho em realidade.
As negociações
Segundo Giovanni, a viúva do antigo dono da Ferrari foi super gentil: “Eu me apresentei, conversamos bastante, para nos conhecer, não ter medo de golpe, ela viu que eu era uma pessoa de bem e então fizemos o andamento judicial para vender o carro”. O veículo tinha vários débitos de IPVA, multas do carro, que, junto com o valor do veículo, totalizaram cerca de R$ 400 mil: “O dinheiro nem foi para ela (viúva), foi pago em depósito judicial, para o inventário”, disse.
Foi cerca de um ano para conseguir contato com a família do antigo proprietário da Ferrari e mais um ano para conseguir fazer o processo judicial e adquirir o veículo. O veículo estava oxidado pela maresia, parado na garagem há mais de uma década, mas Giovanne viu potencial. A Ferrari ficou cerca de 15 anos guardada na garagem sem nem tirar a capa. Por causa da umidade e da maresia, por ser uma cidade litorânea e a capa original da Ferrari ser de tecido, o tempo acabou corroendo o carro.
A pintura externa oxidou, se deteriorou com o carro: “a Ferrari estava com o tanque cheio quando foi guardada, então o combustível do carro acabou corroendo as bombas do tanque também”, lembrou o comprador.
De acordo com o rapaz, a paixão pelo carro sempre o acompanhou: “Meu sonho sempre foi ter a Ferrari, sou apaixonado pelo esportivo. Eu estava procurando uma Ferrari em boas condições, mas a maioria não era do agrado, teria que fazer uma revisão profunda, mas o carro não teria originalidade. Essa que eu encontrei estava 100% original, ninguém tinha mexido nela. Persisti mais pela história, pelo fato do carro estar intacto, nunca rodou praticamente. Ele tinha só cerca de 15 mil quilômetros rodados”.
Ferrari: Uma lenda italiana nascida nas pistas
Fundada em 1929, na cidade italiana de Maranello, a Ferrari rapidamente se tornou um ícone da indústria automobilística mundial. A marca, que nasceu como uma escuderia, patrocinando pilotos e carros de corrida, logo se consolidou como uma das mais importantes fabricantes de carros esportivos do planeta.
Dos primeiros passos às vitórias na Fórmula 1
Inicialmente conhecida como Scuderia Ferrari, a empresa demorou 17 anos para lançar seu primeiro carro de produção, o 125S, em 1946. Equipado com um potente motor V12, o 125S marcou o início de uma nova era para a Ferrari. A marca logo se destacou nas pistas, conquistando sua primeira vitória na Fórmula 1 em 1951. Em 1956, o lendário piloto argentino Juan Manuel Fangio levou a Ferrari ao título mundial, consolidando a marca como uma das principais forças da categoria.
Uma história marcada por desafios e conquistas
A década de 1960 foi marcada por desafios para a Ferrari. A empresa enfrentou uma crise financeira e a concorrência de grandes fabricantes como a Ford, que chegou a tentar comprar a marca italiana. No entanto, Enzo Ferrari conseguiu superar as dificuldades e, em 1969, vendeu 50% das ações da empresa para a Fiat, que hoje detém a maioria das ações.
Fórmula 1: o palco principal da Ferrari
A Fórmula 1 sempre foi o palco principal da Ferrari. A escuderia italiana é a mais antiga e bem-sucedida da categoria, com mais de 240 vitórias. A associação da Ferrari com a Fórmula 1 é tão forte que a marca é sinônimo de velocidade, performance e paixão por automobilismo.
O Cavalo Rampante: um símbolo de tradição e paixão
O icônico logotipo da Ferrari, o Cavalo Rampante, tem uma história fascinante. Originalmente, o símbolo pertencia a um piloto da Força Aérea Italiana, Francesco Baracca. Enzo Ferrari pediu permissão à mãe de Baracca para utilizar o símbolo em seus carros, acreditando que ele traria sorte. O Cavalo Rampante foi apresentado ao público em 1932 e desde então se tornou um dos logotipos mais reconhecidos do mundo.
O vermelho Ferrari: uma tradição italiana
A cor vermelha está intrinsecamente ligada à Ferrari. Inicialmente, a escolha do vermelho foi determinada por uma regulamentação que exigia que todos os carros de corrida italianos utilizassem essa cor. Com o tempo, o vermelho se tornou sinônimo de Ferrari, e a marca transformou essa cor em um símbolo de paixão, velocidade e exclusividade.
Leia também: F1 em São Paulo deve injetar R$ 2 bi na economia
