A inclusão de pessoas com deficiência tem ganhado espaço em diversas indústrias, mas o mercado da beleza ainda enfrenta desafios para se tornar realmente acessível. Marina Melo, influenciadora e consultora no tema, vem destacando como as marcas podem evoluir nesse aspecto, promovendo mudanças que impactem positivamente a vida de muitas pessoas.
Marina é uma referência quando o assunto é acessibilidade na beleza. Trabalhando com marcas como Mari Maria Makeup, Bruna Tavares e MakeB., ela utiliza suas redes sociais para conscientizar sobre os desafios enfrentados por pessoas com deficiência e para propor soluções práticas.
Acessibilidade além do marketing
Para Marina, é essencial que as marcas considerem a acessibilidade desde o início do desenvolvimento dos produtos, e não apenas como uma estratégia de marketing. “Muitas campanhas incluem pessoas com deficiência, mas os produtos continuam inacessíveis para elas. Isso é frustrante e revela uma inclusão superficial”, destaca.
Um exemplo positivo citado por Marina são os pincéis acessíveis da linha MakeB., do Boticário. “Testei e me apaixonei. Eles realmente dão autonomia e mostram que é possível criar produtos que atendam a todos”, afirma.
Ela também enfatiza que a inclusão não se limita aos produtos em si. A comunicação com o público, as campanhas publicitárias e o envolvimento de pessoas com deficiência no processo criativo são fundamentais.
“Não adianta incluir na propaganda se, na prática, o produto não atende. A verdadeira inclusão é aquela que envolve e respeita todas as pessoas”, reforça.
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O impacto de práticas inclusivas
A falta de acessibilidade nos produtos de beleza vai além de uma simples questão técnica. Para muitas pessoas com deficiência, dificuldades como embalagens pouco práticas, aplicadores inadequados e texturas complicadas podem ser barreiras que limitam a experiência com a maquiagem.
Marina compartilha sua experiência ao escolher produtos: “Antes de comprar, analiso a embalagem, o aplicador e a textura. Esses detalhes fazem toda a diferença para que eu consiga me maquiar com autonomia.”
Ela aponta algumas práticas que tornam os produtos mais acessíveis:
- Sistema de abertura fácil: embalagens com zíperes ou abas magnéticas que não exijam força excessiva para abrir.
- Identificação tátil: relevos ou texturas diferenciadas para facilitar o uso por pessoas com deficiência visual ou tátil.
- Fórmulas inclusivas: produtos com texturas fáceis de espalhar e que demandem menos precisão no manuseio.
Inclusão é um valor essencial
O mercado da beleza tem um papel significativo na autoestima e na autoexpressão das pessoas. Garantir que todos tenham acesso a esses produtos é mais do que um gesto de inclusão — é uma questão de respeito.
A trajetória de Marina Melo reflete a necessidade de uma mudança ampla na indústria. “Quando marcas desenvolvem produtos acessíveis, elas não só atendem um público mais diverso, mas mostram que é possível incluir sem excluir ninguém. Essa é a representatividade que precisamos”, afirma.
Um convite à indústria de beleza
A atuação de Marina é um chamado para que o mercado da beleza repense suas práticas e adote valores inclusivos como base para a criação de produtos. Suas colaborações com grandes marcas e o sucesso de iniciativas como os pincéis acessíveis são exemplos de que a inclusão é viável e necessária.
Ao investir em designs e práticas inclusivas, as marcas não apenas ampliam seu público, mas também contribuem para um ambiente mais acolhedor e diverso.
Marina conclui com uma mensagem clara: “A beleza deve estar ao alcance de todos. Mais do que vender produtos, as marcas têm a oportunidade de transformar vidas ao garantir acessibilidade e representatividade reais.”
A inclusão na beleza vai além de atender um nicho específico — é sobre criar um mercado onde todas as pessoas possam se sentir valorizadas e representadas. A indústria tem o poder de abraçar a diversidade, e iniciativas como as defendidas por Marina Melo são passos importantes nessa direção.