Em novembro de 2024, os ventos me levaram até a África do Sul! Um país no sul da África que em muitos aspectos me lembrou do Brasil – na arte, na gastronomia e claro, no povo super acolhedor. Conversei com muita gente no período em que estive na cidade e se você desenrolar no inglês, é fácil passar horas trocando ideia com os locais.
Eu me fixei em Cape Town – em português chamada de Cidade do Cabo – capital legislativa do país. Com uma energia vibrante e contagiante, a cidade é a mais antiga do país e por isso é conhecida como Cidade Mãe, que não por acaso me adotou com muito carinho.
A primeira coisa que chama a atenção quando você pisa em Cape Town é a natureza, é claro. Há quem diga que nos tempos de Pangeia – teoria que afirma que milhões de anos atrás os continentes estavam todos agrupados formando uma grande massa de terra – África e Brasil estavam conectados.
Talvez por isso seja fácil perceber semelhanças entre a natureza da Cidade do Cabo e de grandes cidades litorâneas do Brasil, como o Rio de Janeiro. Mas o ventinho que bate e a temperatura da água das praias com certeza lembra muito mais Florianópolis, no sul brasileiro. Ô, água gelada e ventinho que chega rasgando!
África do Sul nos holofotes do mundo
A Cidade do Cabo abriga o parlamento do país, enquanto Pretória funciona como capital executiva e Bloemfontein é onde fica a suprema corte, a capital judiciária do país. Joanesburgo é a maior cidade do país, mas não é capital. Após a presidência do G20 passar do Brasil pra África do Sul, em 2025 a cúpula do grupo com as principais potências mundiais vai se reunir no país africano.
O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa é o novo nome à frente do grupo. E essa vai ser com certeza mais oportunidade do povo sul-africano estar nos holofotes para o resto do mundo, assim como aconteceu em outras oportunidades por meio do esporte, por exemplo. Até hoje, a África do Sul é o único país da África a ter sediado copas do mundo de futebol, rugby e críquete. Sabia dessa?
Certo dia fui convidado por um grupo de amigos, que conheci assim que cheguei, a ir num karaokê num lugar chamado Mojo Market – uma espécie de galeria com bares, lanchonetes e um grande palco pro povo soltar a voz. Lá, eu tive a oportunidade de assistir a uma apresentação de Waka Waka, música da Shakira que foi lançada como tema da copa do mundo de futebol sediada pela África do Sul em 2010.
Num rolê daquele cheio de “gringos”, foi lindo de ver como os sul-africanos se empolgaram com a música, botando todo o gogó e o molejo pra jogo em frente ao palco! É visível o orgulho que eles têm dessa música e do que representou a copa de 2010 para o país. Mas o Rugby domina por aqui. Afinal, a seleção sul-africana é tetracampeã mundial do esporte, tendo conquistado o último caneco na copa de 2019.
Meu pitaco é que, pelo pouco que conheci do povo sul-africano, a alegria é um dos atributos que levou o time a esses títulos, assim como levou o Brasil ao seu pentacampeonato mundial de futebol. É essa alegria que faz também do país um polo de arte, com músicas mundialmente conhecidas como Water, da cantora revelação sul-africana Tyla que em 2024 chegou a bater a sétima posição da Billboard Hot 100. Sem contar as várias apresentações artísticas que tive a oportunidade de assistir ao vivo na rua.
Quanto mais fundo vou, mais as semelhanças entre Brasil e África do Sul se multiplicam na minha frente. O sentimento é o de se estar em casa.
