Em poucas semanas, o Brasil e o mundo ficarão em suspenso durante a cerimônia que revelará os vencedores do Oscar, o maior prêmio do cinema. Pudera: o Brasil está na premiação com três indicações pelo filme “Ainda Estou Aqui”.
É fato que a estatueta desempenha um papel crucial em diversos contextos, sobretudo no cinema, impulsionando tanto a visibilidade internacional quanto o mercado interno. Mas você pode se perguntar: o que muda com isso?
Feitos como esses elevam a promoção dos filmes brasileiros a níveis globais, impactando o número de produções que começam a mirar o Rio de Janeiro (e o Brasil) como destino cinematográfico, além de fomentar o turismo e facilitar parcerias com distribuidores e plataformas de streaming.
Ainda Estou Aqui narra a história da família Paiva durante a ditadura militar brasileira. A trama se centra em Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, e no desaparecimento do marido dela, o político Rubens Paiva | Reprodução/GloboPlay/StudioCanal
De acordo com Leonardo Edde, presidente da RIOFILME, a participação em premiações tem como princípio ampliar a visibilidade do que é produzido localmente. “Quando se tem uma projeção do tamanho de um Globo de Ouro, um Festival de Cannes, ou do Oscar, essa promoção ganha proporções globais, além de facilitar parcerias com distribuidores, plataformas de streaming e empresas globais para coproduções e distribuição de conteúdos brasileiros”.
Com a visibilidade, o próprio público brasileiro se sente ainda mais interessado nas produções nacionais. Após a indicação ao Oscar, a obra baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva voltou a liderar o ranking de bilheteria nos cinemas do país. Em números, o drama dirigido por Walter Salles foi visto por mais de 216.940 espectadores e arrecadou aproximadamente R$ 5,32 milhões entre os dias 23 e 26 de janeiro, segundo dados da Comscore.
Longa premiado
Para Edde, com os possíveis prêmios, a tendência é que o filme permaneça em cartaz por mais tempo, seguindo “uma carreira perene” nas salas de cinema. No entanto, ele ressalta que é necessário estímulo para que esse momento seja bem aproveitado. Para isso, é essencial que o governo e as instituições culturais implementem políticas públicas eficazes. A primeira medida, segundo Edde, é “a retomada dos investimentos na indústria”, com foco nos próximos filmes e no incentivo ao consumo de produções nacionais.
O equilíbrio entre o fortalecimento do mercado interno e a internacionalização das produções é fundamental. “A exportação é vital para essa indústria. É importante manter incentivos que ampliem o engajamento, como programas de exibição em salas de cinema, escolas e centros culturais, além de ações que promovam festivais e mostras regionais e o necessário fortalecimento do segmento de distribuição”, aponta.
As políticas públicas devem incluir a regulação do streaming, além de programas de exibição em cinemas, escolas e centros culturais. Patrícia Machado, professora de Estudos de Mídia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), destaca a importância de editais e investimentos para garantir a expansão e a sustentabilidade do setor.
“As políticas públicas da Ancine e os editais fomentaram significativamente a produção cinematográfica brasileira, democratizando o acesso a recursos e impulsionando a diversidade regional. O cinema mineiro, pernambucano e de outras regiões ganharam força, enriquecendo o cenário audiovisual com estéticas e narrativas únicas. No entanto, a descontinuidade dessas políticas nos últimos anos prejudicaram o setor. A retomada dos editais da Ancine e dos governos estaduais é fundamental, pois o dinheiro investido retorna ao fundo setorial, alimentando um ciclo virtuoso de produção e distribuição’’.
Fernanda Torres fez história ao vencer a categoria de Melhor Atriz em Filme Dramático no Globo de Ouro 2025 | Foto: Reprodução/ Reuters
Para a criadora de conteúdos e crítica da Abraccine e Critics Choice, Fabiana Lima, o Oscar “é um palco que, mundialmente, permite que as pessoas, inclusive os brasileiros, passem a olhar para o cinema nacional com maior atenção”.
Lima complementa dizendo que as indicações ao Oscar “chegam em um momento muito especial para o cinema brasileiro, de reconhecimento internacional”. A crítica também ressalta que as indicações são uma validação da riqueza do cinema nacional. “É como se fosse apenas uma confirmação do que nós, enquanto críticos, tentamos diariamente transmitir sobre o quão rico é o nosso cinema. Agora, é hora de fazer com que as pessoas acreditem nisso e busquem conhecer mais sobre nossa história”.
No entanto, investir na formação de novos talentos é essencial. Patrícia Machado expressa preocupação com os jovens que desistem da área por falta de oportunidades, ressaltando que “tantos talentos estão aí para serem descobertos, explorados e desenvolvidos”.
O Estado tem um papel fundamental no incentivo a essas práticas, organizando editais e distribuindo recursos. O fortalecimento do cinema brasileiro depende do investimento, que gera empregos e movimenta a economia. “É um trabalho complexo e coletivo, que demanda diversas especialidades e funções”.
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