Cidades fantasmas são locais que, por algum motivo, foram abandonadas por seus habitantes, deixando para trás apenas ruínas e vestígios de um passado de prosperidade. Muitas vezes, imaginamos essas cidades como lugares tristes, vazios e sem valor, mas a realidade é bem diferente.
Apesar de estarem desertas, várias dessas cidades ainda desempenham papéis cruciais na economia global, atraindo turistas fascinados pela história, investidores em busca de oportunidades e até cientistas que as utilizam para testes e pesquisas inovadoras.
O fenômeno das cidades fantasmas se transformou em uma verdadeira mina de ouro, com inúmeras possibilidades de gerar lucro. O turismo em locais abandonados, por exemplo, tem se tornado cada vez mais popular, com viajantes dispostos a pagar altas quantias para explorar esses espaços, reviver suas histórias e captar imagens impressionantes.
Além disso, o mercado imobiliário também tem visto grande potencial nessas áreas, com terrenos e imóveis sendo comprados a preços baixos, com a expectativa de que se valorizem com o tempo ou sejam transformados em novos projetos urbanos.
Em outro aspecto, algumas cidades fantasmas têm se tornado verdadeiros laboratórios ao ar livre, com cientistas e empresas testando novas tecnologias e soluções para problemas urbanos, como carros autônomos e redes de energia inteligentes. O abandono dessas cidades, longe de ser um sinal de falência, tem se mostrado uma oportunidade para reinvenção e experimentação.
Por isso, neste ranking, vamos explorar as 10 cidades fantasmas mais relevantes, que continuam a movimentar grandes quantias através do turismo, da compra e venda de imóveis, e até do desenvolvimento de novas tecnologias. Vamos entender como esses locais, que um dia foram abandonados, se transformaram em ativos econômicos importantes e em espaços para o futuro.
1. Pripyat (Ucrânia) – O turismo da radiação
Abandonada desde: 1986
Custo da visita: Entre US$ 100 (R$ 572) e US$ 1.000 (R$ 5.720) por passeio guiado
Faturamento anual estimado: US$ 10 milhões (R$ 57.200.000)
Pripyat foi evacuada após o desastre de Chernobyl, tornando-se um dos maiores símbolos de cidades fantasmas do mundo. Mesmo com altos níveis de radiação em algumas áreas, recebe cerca de 100 mil turistas por ano.
A cidade se tornou um verdadeiro “parque pós-apocalíptico”, onde os visitantes exploram prédios abandonados, escolas cobertas por vegetação e a icônica roda-gigante do parque de diversões nunca inaugurado.
O turismo radioativo é tão lucrativo que o governo ucraniano tem expandido as permissões de visitas e fortalecido as medidas de segurança para aumentar o número de turistas.
2. Bodie (EUA) – Museu ao ar livre do velho oeste
Abandonada desde: 1940
Custo da visita: US$ 8 (R$ 45,76) por pessoa
Receita anual estimada: Mais de US$ 2 milhões (R$ 11.440.000)
Bodie, na Califórnia, foi um próspero centro da Corrida do Ouro no século XIX, mas entrou em declínio quando as minas se esgotaram. Hoje, é um parque estadual preservado, onde os visitantes podem caminhar entre casas, igrejas e comércios deixados praticamente intactos.
O clima seco ajudou a conservar muitos dos prédios originais, tornando Bodie um destino muito procurado por turistas, entusiastas da história e fotógrafos. A cidade gera receita com ingressos e venda de souvenirs históricos.
3. Kolmanskop (Namíbia) – A cidade engolida pelo deserto
Abandonada desde: 1956
Custo da visita: Entre US$ 7 (R$ 40,04) e US$ 25 (R$ 143,00)
Faturamento estimado: US$ 500 mil por ano (R$ 2.860.000)
Kolmanskop cresceu rapidamente no início do século XX devido à mineração de diamantes, mas foi abandonada quando as jazidas esgotaram. Hoje, o turismo mantém o local vivo, atraindo milhares de visitantes que exploram suas casas parcialmente soterradas pelas dunas do deserto do Namibe. O local é um dos mais fotografados do mundo, aparecendo em comerciais, filmes e exposições de arte.
4. Hashima (Japão) – A ilha fantasma de concreto
Abandonada desde: 1974
Custo da visita: Cerca de US$ 40 (R$ 228,80) por passeio guiado
Faturamento anual: Estima-se mais de US$ 1 milhão (R$ 5.720.000)
Hashima, também chamada de “Gunkanjima” (Ilha Couraçado), foi uma colônia de mineração de carvão da Mitsubishi. No auge, tinha uma das maiores densidades populacionais do mundo. Quando a mina fechou, os moradores abandonaram a ilha, deixando para trás prédios de concreto que hoje estão em ruínas. Hashima se tornou um destino turístico muito popular após aparecer no filme 007 – Operação Skyfall e, desde 2009, está aberta ao público.
5. Ordos Kangbashi (China) – A cidade moderna quase vazia
Abandonada desde: 2005 (parcialmente habitada)
Imóveis à venda: A partir de US$ 30 mil (R$ 171.600,00)
Investimentos estimados: Mais de US$ 160 bilhões (R$ 916 bilhões.)
Diferente das outras cidades da lista, Ordos Kangbashi nunca foi realmente habitada em sua capacidade máxima. Projetada para 1 milhão de habitantes, sofreu um grande colapso imobiliário e virou um símbolo das “cidades fantasmas chinesas”.
Hoje, no entanto, investidores imobiliários têm comprado propriedades por preços baixos, apostando que a cidade será ocupada no futuro. Algumas áreas começaram a receber moradores, e há projetos para transformar a cidade em um polo de tecnologia e inovação.
6. Garnet (EUA) – Oportunidade de comprar um pedaço do Velho Oeste
Abandonada desde: 1912
Terrenos vendidos por: A partir de US$ 1.000 (R$ 5.720,00)
Receita do turismo: Cerca de US$ 500 mil por ano (R$ 2,86 milhões)
Localizada em Montana, Garnet foi uma cidade mineradora que entrou em declínio após a exaustão das minas de ouro. Em vez de deixá-la desaparecer, o governo começou a vender terrenos para arrecadar fundos para sua preservação. Além do turismo, alguns investidores compraram propriedades para transformá-las em pequenas atrações temáticas do Velho Oeste.
7. Civita di Bagnoregio (Itália) – A “cidade que morre” revivida pelo turismo
Abandonada desde: Século XX (parcialmente habitada)
Custo da visita: Cerca de US$ 5 (R$ 28,60)
Faturamento anual: Mais de US$ 1 milhão (R$ 5,72 milhões)
Construída no topo de uma colina de argila, Civita di Bagnoregio quase desapareceu devido à erosão. No entanto, esforços de revitalização a transformaram em um dos destinos turísticos mais charmosos da Itália. Hoje, turistas pagam para visitar suas ruínas, e alguns investidores compram propriedades para transformá-las em hotéis e restaurantes.
8. Fordlândia (Brasil) – O fracasso de Henry Ford na Amazônia
Abandonada desde: 1945
Visitação gratuita
Projetos de revitalização em andamento
Henry Ford construiu Fordlândia para fornecer borracha para a Ford Motor Company, mas o projeto falhou devido ao clima e à resistência dos trabalhadores locais. Hoje, ruínas de fábricas e casas operárias atraem visitantes. Projetos recentes buscam transformar a cidade em um destino histórico e cultural.
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