Por mais que ainda exista um pré-conceito e um preconceito diante ao Carnaval, há anos o mito de que a data é apenas uma festa popular caiu por terra. Hoje, não há como negar que é muito mais do que uma festa popular.
A celebração, que atrai milhões de foliões, também é um grande motor da economia brasileira, movimentando bilhões e gerando empregos em diversos setores. De acordo com projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Carnaval de 2025 deve movimentar R$ 12,03 bilhões, um crescimento real de 2,1% em relação ao ano anterior.
Impacto econômico do Carnaval
O impacto econômico do Carnaval é significativo, especialmente em grandes capitais que têm tradição na festa e o interessante, é que além de movimentações diretas, grande parte desse valor acontece de forma indireta ao evento.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a festa de 2024 movimentou R$ 5 bilhões e arrecadou R$ 500 milhões em impostos, a previsão para esse ano, é que a cidade carioca atinja uma movimentação de aproximadamente R$ 6 bilhões.
Salvador também é um dos principais destinos carnavalescos do país, com uma projeção de movimentação de R$ 1,8 bilhão e um crescimento de 63% no número de turistas em relação ao ano passado.
O turismo é um dos setores mais beneficiados. Em 2025, a expectativa é que 868,4 mil turistas estrangeiros venham ao Brasil para participar das festividades, superando o recorde de 2018. Além disso, hoteis, restaurantes, companhias aéreas e serviços de transporte têm um aumento significativo na demanda.
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Geração de empregos e impacto social
O Carnaval também é uma importante fonte de empregos temporários. Blocos de rua movimentam ambulantes, pequenas marcas e estabelecimentos locais, enquanto as escolas de samba geram oportunidades para profissionais de diversas áreas, como costureiros, coreógrafos, seguranças e artesaos.
Além disso, o evento ajuda a sustentar comunidades inteiras ao longo do ano. As escolas de samba são um dos maiores exemplos de economia criativa em funcionamento. Elas empregam milhares de pessoas diretamente e ainda estimulam diversos setores indiretamente.
Oportunidade para as marcas
O Carnaval também se tornou um dos maiores palcos de ativações de marcas. Empresas enxergam na festa uma chance de se conectar com o público de forma criativa e autêntica. O live marketing, por exemplo, cresce a cada ano, seja por meio de experiências interativas nas ruas, camarotes exclusivos ou transmissões ao vivo.
Com um público engajado e disposto a viver experiências memoráveis, empresas investem pesado para se destacar no período. Camarotes como o N1, na Sapucaí, têm atraído cada vez mais patrocinadores e ampliado seus investimentos. Em 2025, o N1 prevê um aporte de R$ 40 milhões para oferecer uma experiência ainda mais sofisticada aos convidados.
Além disso, inúmeros influenciadores aproveitam a época para utilizar acessórios e roupas de determinada marca e divulgá-las, com tom alegre, associando-as a um clima de festividade.
Um fenômeno que vai além da festa
O Carnaval é um exemplo de como cultura e economia podem caminhar juntas. Ele gera renda, empregos e fortalece setores essenciais da economia. Mais do que uma celebração, é um evento que deve ser tratado como um dos grandes ativos econômicos do Brasil.
O potencial do Carnaval ainda pode ser mais explorado com incentivos e políticas públicas adequadas. Conversamos com uma participante da escola de samba, Vai-Vai, que optou por não se identificar, que enfatizou que na sua visão o Brasil tem uma das maiores festas do mundo e poderia aproveitar ainda mais esse potencial para atrair investimentos e estimular setores como turismo e entretenimento.
A verdade é que, para além da diversão e das fantasias, o Carnaval é um negócio sério e lucrativo, que beneficia toda a sociedade.
