Saúde em xeque: mercado brasileiro retoma fusão e aquisições com jogadas estratégicas

Após um período de retração, o setor de saúde no Brasil se prepara para uma nova onda de consolidação e eficiência com negócios bilionários, destacando a compra da Amil e futuras parcerias estratégicas

Depois de um período de hibernação pós-pandemia, o setor de saúde no Brasil voltou a movimentar as peças no tabuleiro das fusões e aquisições. A compra da Amil pelo fundador da Qualicorp, José Seripieri Júnior, em dezembro de 2023, por US$ 2,25 bilhões, destacou-se como o maior negócio do ano e sinalizou um possível recomeço das atividades no setor. Este movimento representou 60% dos US$ 3,4 bilhões movimentados no setor em 2023.

Atualmente, um possível negócio entre Amil e Dasa promete destravar ainda mais o mercado, com a Dasa negociando a união dos hospitais das duas companhias sob a gestão da Ímpar. Outras empresas, como Kora e várias Unimeds pelo país, também entram no radar das fusões e aquisições, enquanto buscam estabilidade financeira e formatos operacionais saudáveis.

Luiza Mattos, sócia da Bain & Company, ressalta que, após um período de consolidação dos setores de pagadores e diagnósticos, o mercado agora vê mais oportunidades na mesa. Ela destaca que os desafios incluem margens pressionadas e resultados negativos no subsetor de pagadores, causados pela alta sinistralidade no pós-pandemia.

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A recuperação do setor está ligada a fatores externos, como custos de dívida e inflação controlada, e internos, como revisões regulatórias e eficiência operacional dos grandes M&As passados. Um estudo da Bain mostra que as fusões e aquisições visando ganhos de escala têm diminuído, com o foco agora em teses de investimento mais disruptivas e desenvolvimento de novos modelos de acesso e assistência.

O private equity desempenha um papel crucial nesse cenário, representando mais de 70% das transações, buscando mercados de maior margem e maior controle sobre a jornada do paciente. Exemplos recentes incluem a Bradesco Saúde, que fez movimentos de joint venture com prestadores como Mater Dei, Einstein e a Rede D’Or para construção de hospitais.

As próximas jogadas estratégicas dependerão do sucesso das apostas recentes, com empresas precisando estabilizar operações e capturar sinergias para uma retomada consistente de negócios. A consolidação e busca por eficiência prometem redesenhar o setor, alinhando-se aos novos modelos operacionais e desafios do mercado.

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