G20: taxar grandes fortunas pode ajudar na redução do risco de desastres?

O primeiro encontro presencial do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, realizado nesta segunda-feira (29) no Rio de Janeiro, discutiu a importância do financiamento para infraestrutura resiliente e sistemas de alertas precoces. Entre as discussões, destacou-se a destinação de parte dos recursos arrecadados com a taxação de grandes fortunas para a redução do risco de desastres.

Segundo o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, presente na cerimônia de abertura do encontro, as ações de proteção e defesa civil necessitam de recursos significativos para prevenção e recuperação. “Nós fazemos coro para taxar as grandes fortunas, os mais ricos no mundo inteiro, e destinar parte dos recursos para essa agenda”, afirmou Góes.

Entenda a importância da cooperação internacional

No evento, o ministro enfatizou a relevância do grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), com apoio do Ministério das Cidades. Góes destacou que, diante dos desafios globais relacionados às mudanças climáticas, o tema exige uma cooperação internacional articulada e efetiva.

Ele ressaltou que o Brasil tem mais de 10 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco elevado ou muito elevado, como regiões sujeitas a deslizamentos, tornando a redução de vulnerabilidades uma prioridade essencial do grupo.

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“Não tenho dúvidas de que cada país aqui representado vivencia situações parecidas. Sem olhar para essas pessoas, não vamos ser efetivos na promoção da redução do risco de desastres. Abordar a desigualdade e a vulnerabilidade está no centro da redução do risco de catástrofes”, disse Góes. Ele defendeu a necessidade de reorientar o financiamento e os investimentos para infraestrutura, sistemas de alerta precoce, recuperação, reabilitação e desenvolvimento sustentável.

Prioridades da presidência brasileira do G20

Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência do G20, colocando em pauta prioridades como a reforma da governança global, as dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.

O G20, composto por 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), além da União Europeia e União Africana, representa dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

Ou seja, a proposta de taxação das grandes fortunas como meio de financiar a redução de riscos de desastres destaca a urgência de ações coordenadas e investimentos estratégicos para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e promover a segurança das populações vulneráveis.

A liderança do Brasil no G20 abre caminho para avanços significativos nessa agenda, promovendo a cooperação internacional e a sustentabilidade global.

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