Mais de 50 empresários brasileiros assinaram recentemente o “Pacto Econômico com a Natureza”, um manifesto que reforça o compromisso do setor privado com a busca de soluções para a crise climática, em colaboração com os Três Poderes do Brasil. O documento propõe um diálogo aberto e construtivo, visando o desenvolvimento econômico sustentável sem comprometer os recursos naturais do país.
A importância do pacto feito pelos empresários para o futuro do Brasil
Com o Brasil se preparando para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) em 2025, o manifesto destaca a urgência em construir diretrizes e metas claras para a descarbonização da economia nacional. O documento sublinha que, diante de eventos climáticos extremos, como a recente catástrofe no Rio Grande do Sul e o aumento recorde de incêndios no Pantanal, é imprescindível uma ação coordenada entre o governo, o setor privado e a sociedade civil.
Leia também: Desenvolvimento cultural e redução da desigualdade nas periferias
Principais empresários e suas contribuições
O pacto conta com a adesão de empresários influentes e de nomes impactantes da economia brasileira, como Walter Schalka, conselheiro da Suzano e Vibra; Roberto Klabin, sócio minoritário da Klabin; Arminio Fraga e Joaquim Levy, renomados economistas; Rubens Ometto, dono da Cosan; e Rubens Menin, presidente do conselho da MRV Engenharia. Estes líderes empresariais expressaram a necessidade de uma colaboração ativa com o Executivo para combater o desmatamento ilegal, com o Legislativo na criação de leis ambientais mais rigorosas e com o Judiciário na defesa do direito constitucional ao meio ambiente.
O manifesto também enfatiza que a responsabilidade de enfrentar a crise climática não deve recair exclusivamente sobre o governo. A iniciativa privada tem um papel crucial na adaptação da economia às novas realidades climáticas, seja para proteger as atuais fontes de riqueza ou para garantir acesso a novos mercados globais, que cada vez mais valorizam práticas sustentáveis. O pacto sugere que, com suas vantagens competitivas, o Brasil pode liderar globalmente em soluções sustentáveis, gerando empregos e preservando seus recursos naturais.
Caminho para a COP 2025 e além
Com a proximidade da COP 2025, o pacto serve como um ponto de partida para um plano nacional de descarbonização robusto e eficaz. O documento conclama a união do empresariado com os Três Poderes para formar uma coalizão que promova a prosperidade econômica alinhada à conservação ambiental, posicionando o Brasil como uma potência em soluções sustentáveis no cenário global.
Leia o “Pacto Econômico com a Natureza” na íntegra:
“A catástrofe humanitária no Rio Grande do Sul e o recorde de focos de incêndio no Pantanal tornam ainda mais urgente a necessidade de unirmos esforços para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Não temos à mão fórmulas prontas, soluções fáceis. Mas, como cidadãos perplexos com o impacto socioeconômico dos eventos extremos e com o despreparo da nossa nação, manifestamos aqui nosso compromisso de buscar as saídas em conjunto com toda a sociedade.
Precisamos colaborar com o Executivo na estratégia de combate ao desmatamento ilegal e na recuperação de áreas degradadas. Precisamos contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e protejam as florestas. Precisamos incentivar um Judiciário atuante na defesa do direito constitucional ao meio ambiente, algo em que o Brasil, aliás, foi pioneiro e referência. Precisamos dos Três Poderes alinhados —tanto no diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente, como no compromisso em torno de um programa que faça do Brasil uma potência de soluções sustentáveis.
Não é justo, porém, empurrar todo o ônus para o Poder Público. E não é produtivo gastar tempo apontando culpados, caçando bruxas. Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos.
Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados.
Um pacto econômico com a natureza impulsionará a nação no cenário global. Temos vantagens competitivas que nos são exclusivas e de que o mundo necessita. Podemos gerar renda e empregos e, ao mesmo tempo, preservar as áreas verdes e transformar espaços urbanos.
Em 2025 o Brasil será anfitrião da COP, fórum global que discute o enfrentamento da crise climática. É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento. O empresariado e os Três Poderes precisam se unir o quanto antes para encarar esse desafio, em uma coalizão em defesa do nosso meio ambiente, da nossa economia e da prosperidade da nossa população.”
Veja a lista de empresários e economistas que assinaram o pacto:
- Álvaro de Souza
- Ana Maria Diniz
- Ana Paula Pessoa
- Anis Chacur
- Antônio Mathias
- Arminio Fraga
- Betânia Tanure
- Candido Bracher
- Daniel Castanho
- David Zylbersztajn
- Eduardo Bartolomeo
- Joaquim Levy
- José Alberto Abreu
- José Berenguer
- José Luiz Setúbal
- José Olympio Pereira
- Hélio Mattar
- Horacio Piva
- Irlau Machado
- Luiz Fernando Furlan
- Marcelo Bueno
- Marcelo Kalim
- Marcos Molina
- Maria Silvia Bastos
- Paulo Caffarelli
- Paulo Hartung
- Paulo Kakinoff
- Paulo Souza
- Pedro Bueno
- Pedro de Camargo Neto
- Pedro Parente
- Pedro Passos
- Pedro Wongtschowski
- Ricardo Marino
- Roberto Klabin
- Roberto Rodrigues
- Rodrigo Galindo
- Rubens Menin
- Rubens Ometto
- Tito Enrique Silva Neto
- Walter Schalka