G20 aprova declaração final com foco no clima e igualdade

Líderes do G20 discutiram ações para enfrentar a crise climática, promover a justiça social e garantir a paz mundial

Nesta segunda-feira (18), os líderes do G20 aprovaram a declaração final da cúpula que aconteceu no Rio de Janeiro. O documento inclui compromissos importantes, como a continuidade do apoio ao Acordo de Paris, com foco na redução das emissões de gases do efeito estufa e no combate à mudança climática. Também aborda a necessidade de uma tributação mais justa, especialmente para os super-ricos, respeitando as escolhas fiscais de cada país.

Líderes do G20 reunidos para aprovar declaração final no Rio.
Líderes do G20 aprovam declaração no Rio, destacando clima, igualdade de gênero, tributação justa para super-ricos e resolução pacífica de conflitos |Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert/ PR

A declaração ainda aborda questões de gênero e os conflitos globais. O G20 pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e defendeu uma solução de dois Estados para resolver o conflito entre Israel e Hamas. No entanto, o texto não menciona a libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023.

Em relação à guerra na Ucrânia, a declaração do G20 diz que apoia iniciativas para uma paz justa e duradoura, mas não faz referência direta à Rússia.

O grupo também destacou a importância de fortalecer a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da ONU. A seguir, veja os principais pontos do documento aprovado pelos líderes do G20.

Compromisso com o Acordo de Paris e a Transição Climática

O G20 reafirmou seu compromisso com o Acordo de Paris, que tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global em até 1,5°C, comparado aos níveis anteriores à Revolução Industrial. A mudança climática é vista como um dos maiores desafios do mundo atualmente. Os países do G20 destacaram a necessidade de aumentar os esforços para reduzir os impactos do aquecimento global, incentivando o uso de energias renováveis e criando uma economia com menos emissões de poluentes.

O grupo também ressaltou a importância de ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar as consequências das mudanças climáticas, como secas e inundações, oferecendo apoio financeiro e soluções tecnológicas para que possam se adaptar aos efeitos do clima.

Tributação justa sobre os super-ricos

Outro tema discutido foi a criação de um sistema de tributação mais justo, focando especialmente nos super-ricos. O G20 afirmou que combater a desigualdade econômica exige um sistema fiscal que permita uma distribuição mais equilibrada da riqueza. Uma das propostas discutidas é criar uma tributação internacional sobre grandes fortunas e lucros, para evitar que os mais ricos escapem dos impostos, ajudando no financiamento de políticas públicas.

Apesar disso, o G20 também ressaltou a importância de cada país manter o controle sobre sua própria política fiscal, desde que siga princípios de justiça social e redução das desigualdades.

Igualdade de gênero e empoderamento das mulheres

A igualdade de gênero foi outro tema importante na cúpula do G20. O grupo reafirmou seu compromisso em combater a discriminação de gênero no mercado de trabalho, garantindo que homens e mulheres recebam o mesmo salário por trabalho igual e promovendo mais mulheres em cargos de liderança, tanto no setor público quanto no privado.

Além disso, os líderes se comprometeram a aumentar o apoio a programas de educação para meninas e mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, e a combater a violência de gênero em todas as suas formas. O objetivo é criar uma sociedade mais justa e igualitária, com mais oportunidades para as mulheres.

Conflitos globais e paz

O G20 discutiu a situação dos conflitos globais, como a guerra na Palestina e na Ucrânia, com foco na busca por soluções pacíficas. O grupo condenou os ataques a civis e a destruição de infraestrutura, defendendo o respeito à soberania dos países e ao direito internacional.

Sobre o conflito entre Israel e Hamas, o G20 pediu um cessar-fogo imediato e uma solução de dois Estados. Quanto à guerra na Ucrânia, o G20 disse apoiar qualquer iniciativa que busque uma “paz justa”, respeitando a integridade territorial da Ucrânia e buscando o fim do conflito. Embora a Rússia não tenha sido mencionada diretamente, o grupo afirmou que a guerra tem causado uma crise humanitária e impactos econômicos, como inflação e falta de alimentos.

Assistência humanitária e solidariedade global

O G20 também destacou a importância de fornecer ajuda humanitária para regiões em crise, como Gaza, Líbano e outros locais afetados por conflitos. O grupo se comprometeu a trabalhar com organizações internacionais e a sociedade civil para garantir que a ajuda chegue a quem mais precisa.

Além disso, a assistência humanitária se estende a áreas atingidas por desastres naturais, como os causados pelas mudanças climáticas. O G20 também sublinhou a necessidade de fortalecer os sistemas de saúde, principalmente nos países em desenvolvimento, para combater doenças infecciosas e melhorar o acesso a cuidados médicos.

Reforma das instituições globais e governança

O G20 também discutiu a necessidade de reformar instituições internacionais como a ONU e os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs), para torná-las mais eficientes e representativas das realidades atuais. O grupo defende uma governança global mais inclusiva, com maior participação dos países em desenvolvimento, que representam uma parte significativa da população mundial.

Além disso, o G20 ressaltou a importância de melhorar a cooperação entre os países para lidar com crises econômicas globais, como a pandemia de COVID-19 e a inflação, e considerou que a reforma das instituições internacionais pode promover paz e estabilidade mundial.

Conclusão

A cúpula do G20 no Rio de Janeiro foi uma oportunidade importante para discutir questões fundamentais, como a mudança climática, igualdade de gênero, paz global e governança internacional. A declaração final mostra que os países do G20 estão comprometidos em trabalhar juntos para enfrentar os principais desafios globais e construir um futuro mais justo e sustentável para todos.

Apesar das diferenças em alguns pontos, como a guerra na Ucrânia e a tributação dos super-ricos, o G20 mostrou sua intenção de colaborar para resolver os problemas mais graves do mundo hoje.

Leia também: CRIA G20: um catalisador da “nova era” de combate à fome e à pobreza

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