Líderes do G20 discutiram ações para enfrentar a crise climática, promover a justiça social e garantir a paz mundial
Nesta segunda-feira (18), os líderes do G20 aprovaram a declaração final da cúpula que aconteceu no Rio de Janeiro. O documento inclui compromissos importantes, como a continuidade do apoio ao Acordo de Paris, com foco na redução das emissões de gases do efeito estufa e no combate à mudança climática. Também aborda a necessidade de uma tributação mais justa, especialmente para os super-ricos, respeitando as escolhas fiscais de cada país.
A declaração ainda aborda questões de gênero e os conflitos globais. O G20 pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e defendeu uma solução de dois Estados para resolver o conflito entre Israel e Hamas. No entanto, o texto não menciona a libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023.
Em relação à guerra na Ucrânia, a declaração do G20 diz que apoia iniciativas para uma paz justa e duradoura, mas não faz referência direta à Rússia.
O grupo também destacou a importância de fortalecer a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da ONU. A seguir, veja os principais pontos do documento aprovado pelos líderes do G20.
Compromisso com o Acordo de Paris e a Transição Climática
O G20 reafirmou seu compromisso com o Acordo de Paris, que tem como objetivo limitar o aumento da temperatura global em até 1,5°C, comparado aos níveis anteriores à Revolução Industrial. A mudança climática é vista como um dos maiores desafios do mundo atualmente. Os países do G20 destacaram a necessidade de aumentar os esforços para reduzir os impactos do aquecimento global, incentivando o uso de energias renováveis e criando uma economia com menos emissões de poluentes.
O grupo também ressaltou a importância de ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar as consequências das mudanças climáticas, como secas e inundações, oferecendo apoio financeiro e soluções tecnológicas para que possam se adaptar aos efeitos do clima.
Tributação justa sobre os super-ricos
Outro tema discutido foi a criação de um sistema de tributação mais justo, focando especialmente nos super-ricos. O G20 afirmou que combater a desigualdade econômica exige um sistema fiscal que permita uma distribuição mais equilibrada da riqueza. Uma das propostas discutidas é criar uma tributação internacional sobre grandes fortunas e lucros, para evitar que os mais ricos escapem dos impostos, ajudando no financiamento de políticas públicas.
Apesar disso, o G20 também ressaltou a importância de cada país manter o controle sobre sua própria política fiscal, desde que siga princípios de justiça social e redução das desigualdades.
Igualdade de gênero e empoderamento das mulheres
A igualdade de gênero foi outro tema importante na cúpula do G20. O grupo reafirmou seu compromisso em combater a discriminação de gênero no mercado de trabalho, garantindo que homens e mulheres recebam o mesmo salário por trabalho igual e promovendo mais mulheres em cargos de liderança, tanto no setor público quanto no privado.
Além disso, os líderes se comprometeram a aumentar o apoio a programas de educação para meninas e mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, e a combater a violência de gênero em todas as suas formas. O objetivo é criar uma sociedade mais justa e igualitária, com mais oportunidades para as mulheres.
Conflitos globais e paz
O G20 discutiu a situação dos conflitos globais, como a guerra na Palestina e na Ucrânia, com foco na busca por soluções pacíficas. O grupo condenou os ataques a civis e a destruição de infraestrutura, defendendo o respeito à soberania dos países e ao direito internacional.
Sobre o conflito entre Israel e Hamas, o G20 pediu um cessar-fogo imediato e uma solução de dois Estados. Quanto à guerra na Ucrânia, o G20 disse apoiar qualquer iniciativa que busque uma “paz justa”, respeitando a integridade territorial da Ucrânia e buscando o fim do conflito. Embora a Rússia não tenha sido mencionada diretamente, o grupo afirmou que a guerra tem causado uma crise humanitária e impactos econômicos, como inflação e falta de alimentos.
Assistência humanitária e solidariedade global
O G20 também destacou a importância de fornecer ajuda humanitária para regiões em crise, como Gaza, Líbano e outros locais afetados por conflitos. O grupo se comprometeu a trabalhar com organizações internacionais e a sociedade civil para garantir que a ajuda chegue a quem mais precisa.
Além disso, a assistência humanitária se estende a áreas atingidas por desastres naturais, como os causados pelas mudanças climáticas. O G20 também sublinhou a necessidade de fortalecer os sistemas de saúde, principalmente nos países em desenvolvimento, para combater doenças infecciosas e melhorar o acesso a cuidados médicos.
Reforma das instituições globais e governança
O G20 também discutiu a necessidade de reformar instituições internacionais como a ONU e os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs), para torná-las mais eficientes e representativas das realidades atuais. O grupo defende uma governança global mais inclusiva, com maior participação dos países em desenvolvimento, que representam uma parte significativa da população mundial.
Além disso, o G20 ressaltou a importância de melhorar a cooperação entre os países para lidar com crises econômicas globais, como a pandemia de COVID-19 e a inflação, e considerou que a reforma das instituições internacionais pode promover paz e estabilidade mundial.
Conclusão
A cúpula do G20 no Rio de Janeiro foi uma oportunidade importante para discutir questões fundamentais, como a mudança climática, igualdade de gênero, paz global e governança internacional. A declaração final mostra que os países do G20 estão comprometidos em trabalhar juntos para enfrentar os principais desafios globais e construir um futuro mais justo e sustentável para todos.
Apesar das diferenças em alguns pontos, como a guerra na Ucrânia e a tributação dos super-ricos, o G20 mostrou sua intenção de colaborar para resolver os problemas mais graves do mundo hoje.
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