Cada R$ 1 em saúde pública gera R$ 1,61 no PIB, aponta estudo

Investir em saúde pública vai além de melhorar o acesso aos serviços de saúde. Uma pesquisa realizada pela HTopics, com apoio da Roche Farma Brasil, revelou que cada R$ 1 adicional investido no setor gera R$ 1,61 no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Os dados, baseados na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 e no Sistema de Contas Nacionais (SCN), também mostram que o impacto é sentido diretamente no orçamento das famílias, especialmente entre as mais vulneráveis.

Investir em saúde pública não é apenas uma questão de direito social, mas também uma estratégia econômica eficaz | Foto: Reprodução/Canva
Investir em saúde pública não é apenas uma questão de direito social, mas também uma estratégia econômica eficaz | Foto: Reprodução/Canva

Saúde pública: um motor econômico e social

O estudo destacou que para cada real aplicado na saúde pública, a população ganha R$ 1,23 em retorno. Esse valor é decorrente da redução de despesas diretas com saúde, aumento do PIB e recuperação da capacidade produtiva dos trabalhadores.

Em famílias com renda de até R$ 1.200, cerca de 82% dos recursos investidos em saúde pública são utilizados diretamente, mostrando a importância do sistema para combater desigualdades sociais.

A saúde, que representa 7,7% das atividades econômicas do país, é um setor que impacta diretamente a geração de renda. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor contribui com cerca de R$ 593 bilhões para a economia brasileira, reafirmando seu papel estratégico para o crescimento econômico e social.

Desafios para expandir os investimentos em saúde pública

Apesar dos benefícios econômicos comprovados, o setor de saúde pública enfrenta obstáculos significativos no Brasil. Lorice Scalise, presidente da Roche Farma Brasil, explica que a fragmentação de dados é um dos principais entraves.

“Informações essenciais sobre pacientes, serviços e resultados estão dispersas em sistemas pouco integrados. Essa falta de interoperabilidade limita a eficiência dos investimentos e reduz a capacidade de acompanhar a aplicação e os impactos das políticas públicas”, apontou Scalise.

A ausência de um sistema unificado dificulta o planejamento e a execução de políticas mais eficazes. Além disso, a falta de recursos financeiros e o subfinanciamento histórico do Sistema Único de Saúde (SUS) também representam barreiras para ampliar os investimentos no setor.

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Impactos econômicos e sociais

Os investimentos em saúde pública criam um ciclo virtuoso na economia. Melhorias no acesso e qualidade do atendimento médico permitem que mais pessoas recuperem sua capacidade produtiva, contribuindo para o aumento do PIB. Para as famílias, isso significa menos gastos com consultas, medicamentos e tratamentos no setor privado.

Além disso, o retorno para a sociedade é expressivo, especialmente para as populações em situação de vulnerabilidade. A pesquisa mostrou que os ganhos são amplificados em famílias de baixa renda, onde os recursos aplicados têm um impacto mais significativo.

A longo prazo, a saúde pública eficiente também contribui para reduzir desigualdades, promover a inclusão social e melhorar a qualidade de vida da população.

Soluções para superar os desafios

Para maximizar o impacto dos investimentos, o Brasil precisa superar os desafios estruturais que limitam a eficiência do sistema de saúde pública. Algumas soluções apontadas por especialistas incluem:

  1. Integração de sistemas de dados: criar um banco de dados unificado que permita maior transparência e eficiência no uso dos recursos.
  2. Aumento do financiamento: destinar mais recursos ao SUS para expandir a cobertura e a qualidade dos serviços.
  3. Parcerias público-privadas: envolver a iniciativa privada no desenvolvimento de tecnologias e soluções para o setor.
  4. Fortalecimento da gestão: capacitar gestores e profissionais para otimizar os recursos disponíveis.

Essas medidas podem ajudar a potencializar os benefícios econômicos e sociais dos investimentos em saúde pública, tornando o setor mais eficiente e sustentável.

Investir em saúde pública não é apenas uma questão de direito social, mas também uma estratégia econômica eficaz. A cada R$ 1 aplicado no setor, o Brasil ganha R$ 1,61 em retorno no PIB, além de beneficiar diretamente o orçamento das famílias.

No entanto, para que esses investimentos alcancem todo o seu potencial, é necessário enfrentar os desafios estruturais que limitam a eficiência do sistema. Com planejamento, recursos adequados e integração tecnológica, a saúde pública pode se tornar um pilar ainda mais forte para o desenvolvimento econômico e social do país.

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