O luxuoso bairro de Pacific Palisades, em Los Angeles, nos Estados Unidos, costuma atrair curiosos que passeiam pela região para observar as casas de celebridades.
No entanto, atualmente suas ruas estão tomadas por bombeiros que combatem um incêndio florestal de grandes proporções, devastando a área.
De acordo com as autoridades locais, o incêndio já é o mais grave da história de Los Angeles e tem o potencial de se tornar o mais destrutivo da Califórnia. Ele começou a se espalhar na terça-feira, 7 de janeiro, marcando um momento crítico para a região.
Embora outros incêndios no estado tenham causado mais vítimas e destruído áreas maiores, a devastação de residências e construções em Pacific Palisades é considerada sem precedentes. Até o momento, cinco pessoas perderam a vida, e cerca de 1.000 imóveis foram destruídos.
Mais de 100 mil pessoas em toda a cidade foram obrigadas a evacuar suas casas enquanto quatro grandes incêndios, com contenção estimada em 0%, eram alimentados pelos ventos. O estado de emergência foi decretado, e o trânsito nas estradas ficou caótico com a saída em massa de veículos.
O bairro das celebridades foi consumido pelas chamas
Diversas celebridades foram obrigadas a deixar suas residências na região metropolitana de Los Angeles, incluindo Mark Hamill, conhecido por Star Wars, e Eugene Levy, da série Schitt’s Creek.
James Woods, ator de filmes como Nixon e Cassino, expressou nas redes sociais a incerteza sobre o estado de sua casa, descrevendo a perda como semelhante à de um ente querido.
Em novembro de 2024, o preço médio de uma casa em Pacific Palisades era de US$ 4,5 milhões (aproximadamente R$ 27 milhões), segundo o site Realtor.com. O bairro, que se estende por 4,8 km de praias ao longo do Oceano Pacífico, está estrategicamente localizado entre Malibu e Santa Monica.
Apesar de ser parte de uma grande cidade, Pacific Palisades mantém o charme de uma pequena vila, com boutiques sofisticadas, cafés e um mercado de agricultores. Desde o século 20, sua localização isolada e proximidade com a natureza atraíram ricos e famosos, contrastando com a urbanização crescente de Los Angeles.
As ruas arborizadas do bairro abrigam casas que variam entre estilos ultramodernos e mediterrâneos, muitas vezes escondidas por árvores ou situadas aos pés do cânion Temescal. Porém, boa parte dessa paisagem foi consumida pelo incêndio.
Mark Hamill descreveu o desastre como o pior desde 1993, quando 323 casas foram destruídas em Malibu. Eugene Levy relatou ter avistado uma fumaça densa e negra sobre o cânion, enquanto Spencer Pratt e Heidi Montag, estrelas de reality shows, perderam sua casa no incêndio.
Miles Teller, de Top Gun: Maverick, e sua esposa Keleigh também residem na área. Keleigh compartilhou imagens do incêndio nas redes sociais e pediu ajuda para os animais deixados para trás durante as evacuações.
Steve Guttenberg, conhecido por Loucademia de Polícia, auxiliou na organização do tráfego, pedindo aos moradores que deixassem as chaves nos veículos abandonados para que pudessem ser removidos e liberassem o caminho para os bombeiros.
Além das casas de moradores famosos, edifícios importantes na região também estão sob ameaça. A escola Palisades Charter High School, cenário de filmes como Carrie (1976), sofreu danos, e o Getty Villa, renomado museu de arte, precisou ser fechado. Apesar de algumas árvores no local terem sido atingidas, a equipe e as coleções permanecem seguras, segundo a instituição.
Premiações da TV e do cinema são adiadas em virtude dos incêndios
A divulgação dos indicados ao Oscar, inicialmente prevista para o dia 17 de janeiro, foi adiada para o dia 19. Com isso, os votantes ganharam dois dias extras para registrar seus votos, tendo até terça-feira, 14 de janeiro, às 17h, para concluir suas escolhas.
O Critics Choice Awards, que estava programado para acontecer no próximo domingo (12), foi reagendado para o dia 26 de janeiro devido aos incêndios. O filme Ainda Estou Aqui está concorrendo.
Além disso, o popular talk show norte-americano foi cancelado esta semana, e ainda não há previsão para novas datas. Fernanda Torres participou do programa nesta quinta-feira (9).
Perdas podem ultrapassar US$ 50 bi
Na quarta-feira, 8 de janeiro, um novo incêndio florestal começou a se espalhar lentamente por Hollywood Hills, em Los Angeles, enquanto os bombeiros ainda enfrentavam dois grandes incêndios ativos – um no bairro costeiro de Pacific Palisades e outro em Pasadena.
Essa sequência de incêndios florestais, intensificada por ventos fortes comparáveis aos de um furacão, devastou áreas residenciais de luxo, resultou na morte de pelo menos cinco pessoas e obrigou mais de 100.000 moradores a abandonarem suas casas.
Embora os danos ainda não possam ser completamente calculados, a AccuWeather estima que as perdas econômicas estejam entre 52 e 57 bilhões de dólares, indicando que este pode ser o incêndio florestal mais destrutivo da história da Califórnia, especialmente devido ao grande número de edifícios que podem ser perdidos.
Naquela noite, cinco focos permaneciam ativos em Los Angeles. O incêndio em Sunset, em particular, levou à emissão de ordens de evacuação em uma área densamente habitada, que inclui atrações icônicas como o TCL Chinese Theatre e o Dolby Theatre, palco da cerimônia do Oscar, além de partes do Hollywood Boulevard. Algumas regiões de Beverly Hills também foram colocadas em alerta para evacuação.
Até agora, as chamas já consumiram mais de 27.000 acres, provocando grandes mudanças na rotina da segunda maior cidade dos Estados Unidos. Residências, comércios, escolas e rodovias foram destruídos, a qualidade do ar se deteriorou significativamente, e milhares de pessoas ficaram desabrigadas, buscando abrigo em hotéis ou na casa de amigos e parentes.
Leia também: O que se sabe sobre os incêndios de Los Angeles?