BNDES assina acordo de R$ 20 milhões com consórcio de organizações negras para valorizar a “Pequena África” no Rio de Janeiro
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou na última quarta-feira, 28 de agosto, um acordo com um consórcio de organizações negras para financiar de maneira não reembolsável e capitalizar projetos de valorização da região conhecida como “Pequena África”, na região central do Rio de Janeiro.
Serão R$ 10 milhões bancados pelo BNDES, com origem no Fundo Cultural, e outros R$ 10 milhões captados junto a empresas privadas, totalizando R$ 20 milhões de investimento.
Quem faz parte do consórcio?
O consórcio é formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela Diaspora.Black e pela PretaHub. Participaram do evento, na sede do BNDES no Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a diretora socioambiental do banco, Tereza Campello, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, além do conselheiro estratégico do CEAP, Ivanir dos Santos, e representantes das referidas organizações.
O projeto faz parte de um plano de ação proposto pelo banco no Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelos ministérios da Cultura e da Igualdade Racial, motivado pelo reconhecimento do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco em 2017.
Além da proposta de ações para o fortalecimento da memória africana no Rio, o projeto vencedor do edital irá articular uma rede de instituições do território e analisar outros possíveis locais que representem a memória e herança africana no Brasil para futuras ações.
Valorização da herança africana é promessa antiga do BNDES
A ideia de um museu sobre a herança africana e cultura afro-brasileira foi proposta pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em fevereiro de 2023. Cerca de dois meses depois, em maio do mesmo ano, o banco anunciou que a inauguração do centro cultural está prevista para 2026.
“As pessoas nos perguntam muito sobre o museu. Vamos fazer toda uma discussão sobre o museu vivo e reforma arquitetônica. A gente acaba ficando congelado na discussão estrutural, que tem que ser feita e está em processo de construção. Mas queria lembrar que começamos algo muito inovador, que vai mudar totalmente o resultado final, que é escutar a região. Estamos entregando hoje, ao assinar o contrato, o que a gente chama de primeira fase”, disse Tereza Campello.