Bolsas globais abrem em queda e preocupam economistas nesta segunda-feira (05)
O dia de hoje (05) começou com uma forte turbulência nos mercados financeiros globais devido aos crescentes temores de uma possível recessão nos Estados Unidos. Essa incerteza econômica tem gerado grande instabilidade nas bolsas de valores em todo o mundo, com investidores buscando ativos mais seguros.
Contudo, segundo a economista Paloma Lavor Lopes, existem diversos motivos para as bolsas terem tido essa reação. “O que aconteceu hoje têm alguns motivos. O principal é a grande chance de recessão dos EUA e para combinar temos alta de juros nos Japão e aumento de tensões políticas no Oriente Médio. Pensa em um dia tenebroso, foi hoje!”, afirma.
Entenda quais os principais motivos para a queda das bolsas
1. Mercado de trabalho dos EUA perde força
O relatório de emprego divulgado na última sexta-feira (2) trouxe números preocupantes. A criação de vagas foi menor do que o esperado, e a taxa de desemprego subiu para 4,3%.
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Esses indicadores negativos aumentaram os temores de uma recessão nos EUA, já que o mercado de trabalho é um dos principais termômetros da saúde econômica.
2. Impacto global da recessão nos EUA
A economia dos EUA desempenha um papel crucial nas relações comerciais globais. Sinais de enfraquecimento no país afetam diretamente a expectativa de lucratividade das empresas em todo o mundo.
Investidores, preocupados com a possibilidade de recessão, tendem a sair de ativos de maior risco, como ações e buscam refúgio em investimentos mais seguros, como títulos do governo. Esse efeito cascata atinge os mercados acionários em diferentes continentes.
3. Taxa de juros e desaceleração econômica
Atualmente, os juros nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,5% ao ano, a mais alta em duas décadas. No entanto, os números negativos recentes abrem espaço para uma possível redução dos juros. Isso pode inibir o consumo e afetar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), contribuindo para o clima de incerteza econômica.
4. Queda nos mercados acionários globais
O primeiro pregão da semana foi caótico na Ásia. O Índice Nikkei 225, de Tóquio, caiu mais de 12%, enquanto os índices chineses também registraram baixas significativas. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, apresentou perda de 1,6%.
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Essa turbulência também afetou as ações brasileiras, com o índice futuro do Ibovespa que despenca quase 4%. Investidores reagiram de forma nervosa aos sinais de desaceleração econômica nos EUA, vendendo ações e buscando proteção em outros ativos.
Análise de especialistas sobre a queda das bolsas
A economista Paloma Lavor Lopes explica que a situação tem diversos motivos, mas o principal é a chance de recessão nos EUA. “O principal é a grande chance de recessão nos EUA e para combinar temos alta de juros no Japão e aumento de tensões políticas no Oriente Médio. Pensa em um dia tenebroso, foi hoje”, afirmou a assessora de investimentos da Valor Investimentos.
1. Resultado do payroll nos EUA e cortes agressivos do FED
O relatório do Payroll dos EUA foi mais fraco do que o esperado. Além disso, há rumores de que o Federal Reserve (FED) considera cortes extremamente agressivos nas taxas de juros, que pode chegar até uma reunião extraordinária. Essas notícias levaram os investidores a buscar ativos seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA (treasuries), gera uma queda acentuada do dólar em todo o mundo.
2. Recessão nos EUA e tensões políticas globais
O cenário econômico dos EUA passa por uma grande ameaça de recessão. Para piorar, temos a alta das taxas de juros no Japão e o aumento das tensões políticas no Oriente Médio. Esses fatores combinados criaram um ambiente de incerteza e nervosismo nos mercados financeiros, resulta em quedas generalizadas.
3. Bolha das Big Techs e resultados desapontadores
As gigantes tecnológicas também estão sob pressão. A Nvidia (NVDC34) enfrenta atrasos na entrega de chips de inteligência artificial (IA) por mais de três meses. Além disso, os balanços do primeiro trimestre de 2024 da Amazon (AMZO34), Intel (ITLC34), Alphabet (GOGL34) e Tesla (TSLA34) ficaram aquém das expectativas em termos de lucro. Essa decepção nos resultados das grandes empresas sugere que as menores também podem enfrentar dificuldades, o que aumenta a probabilidade de uma recessão nos EUA.
“Quando a bolsa abriu hoje já sabíamos que teríamos uma queda, só não sabíamos do quanto. Atualmente o mercado financeiro responde rapidamente a movimentos externos e a segunda-feira sangrenta aconteceu. Agora precisamos aguardar posicionamento do FED e que o mercado se autoajuste em termos de expectativas. Para quem tinha dinheiro sobrando, aproveitou a queda e comprou bem, mas, recomendo carregar um pouco a posição, pois ainda não tem nada definido no mercado”, finaliza Paloma.
*O Super Finanças acompanha os desdobramentos dessa reação e as medidas que os bancos centrais e governos adotarão para mitigar os impactos econômicos.