A partir de setembro, o preço mínimo do cigarro será R$ 6,50 e o IPI subirá de R$ 1,25 para R$ 2,25 por maço, segundo decreto do governo
O Governo Federal anunciou nesta quinta-feira, 01 de agosto, um aumento no preço mínimo do cigarro e um acréscimo nas alíquotas de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), que incide sobre esse tipo de produto. Essa iniciativa acontece alinhada com uma série de ações implementadas pela equipe econômica.
O reajuste se tornou oficial por meio de um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, que atualmente ocupa o posto de ministro interino durante as férias de Fernando Haddad.
Preço do cigarro
Um dos componentes do decreto que eleva o preço mínimo do maço com 20 cigarros, que atualmente está em R$ 5 para R$ 6,50 a partir do primeiro mês de setembro. Em outra alteração, que será válida a partir de primeiro de novembro, a cobrança de IPI sairá de R$ 1,25 para 2,25 reais sobre o maço ou box de cigarros.
A ideia de reajustar a taxação sobre o cigarro foi discutida por membros da equipe econômica como uma das formas para compensar a desoneração de folha dos setores da economia e municípios, mas ainda não havia sido implementado.
Em maio, a expectativa de ganho por conta do aumento no preço e no IPI sobre o cigarro era de R$ 723 milhões na avaliação do Tesouro Nacional, quando a medida ainda estava sob análise no Ministério da Fazenda. Este valor é considerado baixo em relação aos cerca de R$ 25 bilhões estimados pelo governo de custo da desoneração.
Em uma entrevista coletiva realizada em junho, o Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas saiu em defesa da até então eventual medida e afirmou que o Brasil é signatário de um acordo internacional para elevar de maneira obrigatória o aumento de preços para desincentivar o uso do cigarro.
Impostos consomem 40% do tempo de trabalho no Brasil
Uma pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação afirma que, para que o brasileiro pague todos os impostos em 2024, serão necessários 149 dias de trabalho, o que representa 40,71% do ano. Em dias corridos, isso significa que foi necessário trabalhar até o dia 28 de maio para quitar as tributações sobre consumo, patrimônio e renda.
O estudo também aponta que, entre os 30 países com maior carga tributária do planeta, o Brasil é aquele que dá o pior retorno aos contribuintes em relação aos valores arrecadados.