O Grupo dos Sete (G7), composto pelas maiores economias do mundo, anunciou sua intenção de propor na Organização das Nações Unidas (ONU) um projeto para a criação de um Estado Palestino. A proposta visa contribuir para a resolução do conflito israelo-palestino, que se estende há décadas e continua a gerar tensões no Oriente Médio.
Detalhes da proposta
O projeto, que será formalmente apresentado durante a Assembleia Geral da ONU em setembro de 2024, busca o reconhecimento internacional do Estado da Palestina, com fronteiras baseadas nas linhas anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967, incluindo a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental. A proposta também prevê garantias de segurança para Israel, além do estabelecimento de um acordo de paz duradouro entre os dois lados.
O G7, composto por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão, defende que a criação de um Estado Palestino é essencial para garantir a estabilidade e a paz na região. O grupo argumenta que a coexistência pacífica de dois Estados, Israel e Palestina, é a única solução viável para pôr fim ao conflito.
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Repercussão internacional
A proposta do G7 gerou reações mistas na comunidade internacional. Enquanto alguns países e organizações internacionais, como a Liga Árabe e a União Europeia, manifestaram apoio à iniciativa, outros, como Israel, expressaram ceticismo e preocupação com a segurança do país.
O primeiro-ministro de Israel, em uma declaração oficial, afirmou que o país está aberto ao diálogo, mas que qualquer proposta deve garantir a segurança de Israel e reconhecer o caráter judaico do Estado. Além disso, Israel destaca a importância de acordos bilaterais diretos com os palestinos, sem intervenções externas que possam comprometer a segurança nacional.
Por outro lado, a Autoridade Palestina saudou a iniciativa do G7, descrevendo-a como um passo importante para o reconhecimento dos direitos do povo palestino à autodeterminação e à independência. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, enfatizou que a criação de um Estado Palestino é uma demanda legítima e essencial para a paz na região.
Desafios e perspectivas
Apesar do apoio internacional à ideia de dois Estados, a proposta enfrenta desafios significativos. O impasse nas negociações diretas entre Israel e Palestina, a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, e as divisões políticas internas entre os próprios palestinos são obstáculos que complicam a concretização da iniciativa.
Além disso, a proposta do G7 será submetida ao Conselho de Segurança da ONU, onde enfrenta o risco de veto por parte de membros permanentes, como os Estados Unidos, tradicionalmente aliados de Israel. A necessidade de um consenso entre as potências mundiais e as partes diretamente envolvidas no conflito será crucial para o avanço do projeto.
O papel do G7
O G7 tem se posicionado como um ator importante nas questões globais de paz e segurança, e a proposta para a criação de um Estado Palestino reflete o compromisso do grupo em buscar soluções para conflitos prolongados. No entanto, o sucesso da iniciativa dependerá de um delicado equilíbrio diplomático e da capacidade de mediar entre os interesses divergentes de Israel, Palestina e outros atores regionais.
A Assembleia Geral da ONU em setembro promete ser um marco importante nesse processo, com potenciais impactos significativos para a paz e a estabilidade no Oriente Médio.