Em caso de vitória nas eleições de 2024, Trump disse que irá “trabalhar pela paz”
O candidato à presidência dos Estados Unidos em 2024, Donald Trump, afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, quer que os democratas vençam as eleições, representados pela atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris.
A declaração de Trump na campanha contrasta com alguns dos principais aliados do republicano que adotaram a linha de que a Ucrânia celebraria a vitória do ex-presidente. O argumento usado é que somente Trump seria capaz de negociar com Vladimir Putin pelo fim da guerra entre os dois países do leste europeu.
“Acho que Zelensky é o maior vendedor da história. Toda vez que ele vem ao país, ele sai com 60 bilhões de dólares”, disse Trump em um comício no oeste da Pensilvânia. “Ele quer muito que eles ganhem essa eleição, mas eu faria diferente, vou trabalhar pela paz”.
Em comunicado enviado por e-mail à imprensa, a campanha de Kamala criticou Trump por não afirmar o desejo de vitória da Ucrânia na guerra. “A vice-presidente entende que, se os Estados Unidos se afastarem da Ucrânia, Putin estará sentado em Kiev, de olho no resto da Europa e em nossos aliados da Otan”, disse Morgan Finkelstein, porta-voz de segurança nacional da campanha de Kamala. O gabinete de Zelensky não se manifestou diretamente sobre o assunto.
Plano de paz de Trump
O ex-presidente forneceu detalhes do plano de paz e reiterou que ligaria para Putin e Zelensky, incentivando-os a elaborar um acordo entre os dois países, caso vença a eleição em 5 de novembro.
O presidente ucraniano está nos EUA para participar da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU e afirmou na última segunda-feira, 23 de setembro, que uma ação decisiva dos Estados Unidos agora poderia acelerar o fim da guerra contra a Rússia no próximo ano.
Apesar de Trump ter anunciado na semana passada que “provavelmente” se encontraria com Zelensky enquanto ele estivesse no país, nenhuma reunião foi marcada, segundo a equipe do ex-presidente estadunidense.
Eleitores estratégicos
No fim de semana, o presidente ucraniano visitou uma fábrica de armas na Pensilvânia ao lado do governador democrata, um aliado de Kamala, atitude que irritou aliados próximos a Trump.
Os americanos descendentes de países do leste europeu se tornaram um grupo muito disputado de eleitores, principalmente na Pensilvânia, e abriga populações polonesas e ucranianas significativas.
Como funcionam as eleições dos EUA?
O processo eleitoral segue um formato indireto, no qual os eleitores votam para escolher os delegados que compõem o Colégio Eleitoral. Este colégio, por sua vez, decide o presidente e o vice-presidente.
Cada estado tem um número específico de delegados, proporcional à sua população. Ao todo, o Colégio Eleitoral conta com 538 delegados, e o candidato precisa de pelo menos 270 votos para vencer.
Os cidadãos votam em um candidato, mas escolhem tecnicamente os delegados que apoiam esse candidato. Em quase todos os estados, o vencedor do voto popular leva todos os votos do Colégio Eleitoral daquele estado, em um sistema conhecido como “winner-takes-all” (o vencedor leva tudo). Apenas Maine e Nebraska dividem seus votos de forma proporcional.
O processo eleitoral é dividido em duas fases: as primárias, onde os partidos escolhem seus candidatos, e a eleição geral, onde os cidadãos escolhem entre os candidatos dos diferentes partidos.
Além disso, o sistema eleitoral dos EUA é marcado pela existência de dois grandes partidos, o Democrata e o Republicano, embora candidatos de partidos menores também possam concorrer.