Na agenda desta sexta-feira, 11 de outubro, os mercados financeiros estarão atentos a uma série de divulgações econômicas cruciais provenientes de diferentes partes do mundo, incluindo Brasil, Estados Unidos e Alemanha.
Esses dados trarão informações importantes sobre a inflação, o desempenho do setor de serviços e a confiança do consumidor, elementos que ajudam a formar um panorama global sobre o estado da economia em diferentes regiões.
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Esses indicadores são observados de perto por investidores, analistas e governos, uma vez que fornecem insights importantes sobre a saúde econômica e podem influenciar decisões de política monetária, taxas de juros e investimentos futuros.
Agenda do Brasil divulgará a pesquisa mensal de serviços
Às 9h, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de agosto. Este indicador mede o desempenho do setor de serviços, fundamental para a economia brasileira, representando mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O setor de serviços inclui uma ampla gama de atividades, como transporte, turismo, tecnologia da informação, comunicação e serviços prestados às famílias. O desempenho desse setor é um termômetro da recuperação econômica pós-pandemia, especialmente porque as restrições impostas pela Covid-19 impactaram gravemente o setor de serviços no Brasil.
Nos últimos meses, a PMS tem mostrado um cenário de recuperação moderada, embora ainda haja desafios significativos, como a inflação, o alto custo de crédito e a desaceleração global, que afetam tanto a demanda interna quanto a externa. Um crescimento positivo no volume de serviços prestados pode indicar um avanço na recuperação econômica, mas uma retração pode acender sinais de alerta sobre a sustentabilidade dessa retomada.
Os analistas aguardam a divulgação dos dados para entender se o setor de serviços está acompanhando a retomada de outras áreas da economia ou se fatores como a inflação e a incerteza política estão freando o crescimento.
Agenda da Alemanha
Às 3h, a Alemanha divulgará o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) final de setembro. Esse indicador é um dos principais dados de inflação do país, refletindo a variação de preços de bens e serviços adquiridos pelos consumidores.
A Alemanha, maior economia da Europa, tem enfrentado uma inflação elevada nos últimos meses, principalmente devido ao aumento dos preços de energia e alimentos, exacerbados pela guerra na Ucrânia e pelas sanções à Rússia. O Banco Central Europeu (BCE) tem adotado uma postura mais agressiva em relação à política monetária, com aumentos consecutivos nas taxas de juros para tentar controlar a inflação.
A inflação persistente na Alemanha tem um impacto significativo em toda a zona do euro, uma vez que a política econômica do BCE considera o cenário macroeconômico de todos os países membros. Além disso, a alta inflação reduz o poder de compra das famílias, diminui o consumo e pode desacelerar o crescimento econômico.
Com o dado de setembro, os analistas tentarão avaliar se as políticas de contenção da inflação estão surtindo efeito ou se novos ajustes nas taxas de juros serão necessários. A inflação alta pode pressionar ainda mais o BCE a continuar com a política de aumento das taxas, afetando a economia europeia como um todo.
Agenda dos Estados Unidos
Na agenda dos Estados Unidos, dois importantes indicadores serão divulgados ao longo da manhã de sexta-feira. Às 9h30, será publicado o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de setembro. Esse indicador mede a variação dos preços que os produtores recebem por seus bens e serviços antes de chegarem aos consumidores finais, sendo considerado um termômetro da inflação futura.
Se os preços ao produtor subirem mais do que o esperado, pode haver pressão inflacionária no curto prazo, o que tende a influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária. Com a inflação ainda em níveis elevados nos Estados Unidos, o Fed tem promovido sucessivos aumentos nas taxas de juros para tentar reduzir o ritmo de crescimento dos preços.
A dinâmica da inflação nos EUA é observada de perto pelos mercados globais, pois o aumento das taxas de juros no país tende a fortalecer o dólar e impactar os fluxos de capital em mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Além disso, às 11h, será divulgado o Índice de Confiança da Universidade de Michigan, um dos principais indicadores de confiança do consumidor nos Estados Unidos. Este dado é baseado em uma pesquisa preliminar feita com consumidores em outubro, avaliando o sentimento dos americanos em relação à economia, suas finanças pessoais e o mercado de trabalho.
O nível de confiança do consumidor é importante porque influencia diretamente o consumo, que representa cerca de 70% da economia americana. Se os consumidores estiverem otimistas, eles tendem a gastar mais, impulsionando o crescimento econômico. No entanto, se a confiança for baixa, isso pode refletir um comportamento mais cauteloso, com redução no consumo, o que pode desacelerar a economia.
Impacto das divulgações presentes na agenda nos mercados globais
A divulgação desses indicadores em três das maiores economias do mundo – Brasil, Estados Unidos e Alemanha – será acompanhada de perto pelos mercados financeiros, que buscam sinais sobre o ritmo da recuperação econômica e as possíveis mudanças nas políticas monetárias.
No Brasil, o desempenho do setor de serviços é fundamental para entender o ritmo da retomada econômica, especialmente em um momento de alta inflação e juros elevados. Nos Estados Unidos, a trajetória da inflação ao produtor e a confiança dos consumidores podem influenciar a decisão do Fed sobre a continuidade da alta de juros, enquanto na Alemanha, os dados de inflação trarão mais clareza sobre os próximos passos do BCE.
O resultado desses indicadores da agenda pode gerar volatilidade nos mercados de câmbio, ações e commodities, afetando a tomada de decisões de investidores globais. Além disso, os dados servirão de referência para governos e formuladores de políticas econômicas, que precisam equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico.
A agenda desta sexta-feira promete ser intensa, com grande movimentação nos mercados, com a expectativa de que os dados econômicos ajudem a moldar as perspectivas para o final de 2024 e o início de 2025.