Haddad vê aprovação de Galípolo, novo presidente do BC, como “maturidade institucional” dos poderes

Segundo Fernando Haddad, Galípolo deve levar o nome de três indicados para assumir diretorias da autarquia monetária

Na última quarta-feira, 9 de outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a aprovação por ampla maioria do nome de Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central (BC) demonstra maturidade institucional.

Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo deve assumir o Banco Central em 2025 – Foto: Roque de Sá/Agência Senado

“Eu penso que foi muito saudável a maturidade com que a sabatina foi conduzida e a votação, muito expressiva. Penso que é um sinal de que institucionalmente as coisas vão bem”, afirmou Haddad a jornalistas.

O novo presidente do BC, que assumirá até 2025, teve a maior votação para a presidência da autarquia desde a aprovação de Chico Lopes, indicado por Fernando Henrique Cardoso em 1999. Galípolo obteve 66 votos a favor e apenas 5 contra. Na ocasião de Lopes, foram 67 votos a favor e 3 contra.

Galípolo deve indicar novos nomes ao Banco Central

Haddad também afirmou que Galípolo apresentará ao presidente Lula, em breve, uma lista com três novos diretores, que deverão ser indicados até o fim deste ano. As vagas são de Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e de Otávio Damaso (Fiscalização), além da diretoria de Política Monetária, hoje ocupada por Galípolo.

“O Galípolo ficou de, ato contínuo à sabatina, levar ao presidente Lula alguns nomes, uma vez que é ele quem indica para o Senado para que esses nomes sejam sabatinados”, enfatizou o ministro. Segundo ele, a expectativa é que os novos indicados sejam sabatinados em novembro.

Haddad ressaltou o desejo do governo de colocar mais mulheres nos cargos de diretoria do banco. “Temos, sim, essa preocupação com a questão de gênero no BC. Nós vamos primeiro submeter os nomes ao presidente para depois levar ao senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, as indicações para que ele possa fixar uma data junto à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), e depois ao plenário”, completou.

Quais são as etapas de aprovação de um novo presidente do Banco Central? 

Após a indicação do presidente da República, o candidato à presidência do Banco Central (BC) passa por um processo formal de avaliação. Inicialmente, o indicado é submetido a uma sabatina pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Durante essa sabatina, os senadores questionam o candidato sobre suas qualificações, experiências anteriores e visão sobre a política monetária e econômica do país. 

O objetivo é avaliar se o candidato tem a competência técnica e a independência necessárias para ocupar o cargo, que desempenha um papel crucial na definição das políticas econômicas, como controle da inflação e taxa de juros.

Após a sabatina, o nome do indicado é votado pela CAE. Caso aprovado, o candidato segue para uma votação no plenário do Senado, onde precisará de maioria simples para ser confirmado no cargo. Ambas as votações são realizadas em caráter secreto, o que garante a confidencialidade dos votos dos senadores. 

Quem é Gabriel Galípolo?

Gabriel Galípolo é um economista brasileiro que ganhou destaque na política econômica do país. Nascido em São Paulo, ele é graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e possui uma sólida formação acadêmica, incluindo pós-graduação e mestrado em Economia Política.

Galípolo construiu uma carreira significativa no setor financeiro: foi presidente do Banco Fator, uma das mais tradicionais instituições financeiras do Brasil, onde liderou operações estratégicas e participou ativamente de discussões sobre a economia brasileira. Além de sua atuação no setor privado, ele se destacou como consultor econômico, sendo conhecido por sua visão crítica sobre a política monetária e o papel do Banco Central.

Em 2023, foi nomeado secretário executivo do Ministério da Fazenda, tornando-se o número dois na hierarquia da pasta sob a liderança do ministro Fernando Haddad. No governo, Galípolo se destacou por suas análises e participação em debates sobre a política econômica do país, inclusive nas discussões sobre as reformas tributária e fiscal.

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