AmpliAR: governo investirá até R$ 4 bi em aeroportos regionais

O governo federal anunciou um plano de investimentos entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para modernizar aeroportos regionais no Brasil. A iniciativa faz parte do programa AmpliAR, que visa aumentar a atratividade desses terminais para o setor privado, facilitando o processo de concessão previsto para 2025.

Esse movimento surge após a concessão de grandes aeroportos brasileiros, restando terminais de menor porte, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, que sofrem com déficits de infraestrutura e baixa rentabilidade.

O que é o programa AmpliAR?

O chamado Programa AmpliAR prevê transferir a gestão para as concessionárias que já operam nos grandes aeroportos do País | Foto: Reprodução/YouTube
O chamado Programa AmpliAR prevê transferir a gestão para as concessionárias que já operam nos grandes aeroportos do País | Foto: Reprodução/YouTube

O AmpliAR é uma estratégia do governo para dinamizar os aeroportos regionais do Brasil. Na primeira fase, serão priorizados 51 aeródromos, com foco nas regiões Norte e Nordeste, onde há maior carência de infraestrutura aeroportuária.

Os aeroportos contemplados incluem:

  • Amazonas: 15 terminais;
  • Pará: 11 terminais;
  • Rondônia: 4 terminais;
  • Acre: 2 terminais;
  • Amapá e Tocantins: 1 terminal cada.

Além disso, será realizada uma consulta pública para que Estados, municípios e empresas do setor possam contribuir com o modelo de concessão. O leilão está previsto para o primeiro semestre de 2025.

Por que investir em aeroportos regionais?

Embora aeroportos de grande porte já tenham sido concedidos à iniciativa privada, os regionais ainda enfrentam desafios como baixa rentabilidade e déficits operacionais. Para torná-los atrativos aos investidores, o governo pretende antecipar investimentos, reduzindo o capital necessário (Capex) para os futuros concessionários e, consequentemente, diminuindo os riscos financeiros.

Segundo Fábio Lavor Teixeira, secretário executivo adjunto do Ministério de Portos e Aeroportos, o investimento estatal aumenta a segurança jurídica e a viabilidade econômica dos terminais. “Isso torna o processo mais atrativo e garante a receita dos operadores, fechando a conta no azul”, afirmou.

Quais empresas podem se interessar?

Grupos internacionais como Fraport, Changi e Aena, que já participaram de leilões no Brasil, são apontados como possíveis interessados. Segundo Teixeira, essas empresas possuem familiaridade com o modelo regulatório brasileiro e enxergam oportunidades de expansão no mercado nacional.

O impacto econômico da modernização

A concessão de aeroportos regionais pode trazer benefícios econômicos significativos:

  1. Geração de empregos: A modernização e a operação dos terminais criam postos de trabalho diretos e indiretos.
  2. Aumento da conectividade: Melhor infraestrutura possibilita mais voos e destinos, impulsionando o turismo e o comércio regional.
  3. Desenvolvimento local: Municípios atendidos por aeroportos regionais ganham em mobilidade e atração de investimentos.

Segundo especialistas, o investimento em infraestrutura aeroportuária pode ser um motor de desenvolvimento econômico, especialmente em regiões com menor integração logística.

Leia também: Governo Federal planeja 51 ações em aeroportos, entre entregas e anúncios

Como garantir a transparência no processo

O governo sinalizou a importância de garantir segurança jurídica e transparência no modelo de concessão. Por isso, a consulta pública será um passo essencial para alinhar interesses de todas as partes envolvidas, incluindo Infraero, companhias aéreas e governos locais.

Além disso, o planejamento cuidadoso da formação de blocos de concessão será decisivo para atrair investidores e assegurar o equilíbrio econômico dos contratos.

Cuidados ao atrair investimentos privados

Embora a concessão de aeroportos regionais seja uma oportunidade, ela também apresenta desafios. Investidores precisam ter confiança na estabilidade regulatória e nas projeções econômicas dos terminais.

Entre os riscos estão a volatilidade econômica e a demanda variável em aeroportos de menor movimento. Por isso, a antecipação de investimentos pelo governo é vista como uma medida fundamental para reduzir esses obstáculos.

O futuro da aviação regional no Brasil

Com o avanço do AmpliAR, o Brasil busca um salto na aviação regional, conectando mais cidades e promovendo o desenvolvimento econômico em áreas historicamente menos atendidas.

Ao mesmo tempo, o programa sinaliza um esforço do governo em equilibrar interesses públicos e privados, assegurando que os benefícios da concessão cheguem à população.

O sucesso do projeto dependerá da execução eficiente dos investimentos, da modelagem econômica dos blocos e do engajamento de investidores com experiência no setor.

Com um leilão previsto para 2025, o AmpliAR promete ser um marco no fortalecimento da infraestrutura aeroportuária brasileira, integrando ainda mais o país e abrindo portas para novas oportunidades de crescimento.

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