Medida foi tomada devido ao aumento nas despesas com benefícios previdenciários, informa equipe econômica
O Governo Federal anunciou, nesta sexta-feira (22), um novo bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento. Essa decisão tem como objetivo promover a responsabilidade fiscal e garantir a sustentabilidade das contas públicas. A medida faz parte do esforço para cumprir o teto de gastos, uma regra que limita o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior.
O bloqueio orçamentário é uma estratégia usada para ajustar as contas do governo e evitar desequilíbrios nas finanças. Ele funciona como uma forma de limitar os gastos públicos diante de despesas que cresceram mais do que o previsto. Com isso, o governo tenta manter o controle sobre o orçamento e cumprir as metas fiscais estabelecidas.
Os números sobre o bloqueio estão detalhados no relatório bimestral de receitas e despesas. Esse documento é elaborado pelos técnicos dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e mostra como estão as finanças do país. Ele é uma ferramenta importante para acompanhar a evolução das receitas e despesas públicas ao longo do tempo.
Com esse novo corte de R$ 6 bilhões, o total de recursos bloqueados pelo governo em 2024 chega a R$ 19,3 bilhões. Esse montante expressivo reflete os esforços do governo para ajustar as contas públicas e garantir o equilíbrio financeiro.
A especificação de quanto será bloqueado em cada órgão público será divulgada no próximo dia 29 de novembro. Isso acontecerá por meio do Decreto de Programação Orçamentária e Financeira. Após a publicação do decreto, os órgãos terão até o dia 6 de dezembro para definir quais áreas serão impactadas pelos cortes no orçamento.
O posicionamento da equipe econômica
A equipe econômica explicou que o bloqueio de R$ 6 bilhões foi necessário por causa do aumento inesperado em despesas obrigatórias. Entre os principais fatores estão o crescimento de R$ 7,7 bilhões nos gastos com benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões.
Houve também um aumento de R$ 612,1 milhões no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Também foi registrado um acréscimo de R$ 731,5 milhões nas transferências financeiras para os estados.
Embora essas despesas tenham crescido, o governo conseguiu compensar parte desse aumento fazendo ajustes em outras áreas do orçamento. Por exemplo, houve uma redução de R$ 1,9 bilhão nos gastos com pessoal e encargos sociais. Isso foi possível graças a uma reorganização das despesas com abono pecuniário, um benefício pago aos trabalhadores.
O governo cortou R$ 2,5 bilhões em subsídios, subvenções e recursos destinados ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Essas reduções ajudaram a minimizar o impacto do crescimento das despesas obrigatórias e contribuíram para equilibrar o orçamento.
É importante destacar que o bloqueio orçamentário não é o mesmo que um contingenciamento. O contingenciamento é uma medida mais severa, usada quando há risco real de descumprimento da meta fiscal. No caso do bloqueio anunciado, trata-se de uma ação preventiva. O objetivo é evitar que o governo precise recorrer a medidas mais drásticas no futuro.
Com os ajustes feitos, o governo projetou um déficit primário de R$ 28,7 bilhões para 2024. Esse valor está próximo do limite inferior da meta fiscal, que permite um déficit de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), ou cerca de R$ 28,8 bilhões. Isso mostra que o governo está empenhado em manter as contas públicas sob controle e evitar um descontrole financeiro.
A tentativa de equilibrar as contas públicas
Essas medidas demonstram o esforço do governo para lidar com os desafios econômicos e cumprir suas obrigações fiscais. Ao ajustar despesas e controlar gastos, o governo tenta garantir a sustentabilidade financeira e evitar que a dívida pública cresça de forma desordenada.
Embora o bloqueio orçamentário represente uma limitação nos gastos públicos, ele também é uma forma de promover maior disciplina no uso dos recursos. Isso é fundamental para manter a confiança na gestão das finanças públicas e criar condições para um crescimento econômico mais estável no futuro.
Em resumo, o bloqueio de R$ 6 bilhões anunciado pelo governo é uma ação necessária para lidar com o aumento das despesas obrigatórias e garantir o equilíbrio das contas públicas. Apesar de representar um desafio para a administração dos recursos, ele também mostra o compromisso do governo em seguir as regras fiscais e manter a estabilidade financeira do país.
Leia também: Governo fecha acordo com SpaceSail, concorrente da Starlink