PIB do Brasil cresce e está entre as 10 maiores altas globais

A média do PIB dos 37 países do levantamento apontam para um crescimento médio de 0,37% entre emergentes e membros da OCDE

Brasil, China e Israel estão empatados no ranking dos países que registraram crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2024.

De acordo com dados da OCDE e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 30 países apresentaram variação positiva no PIB, cinco tiveram queda e dois não experimentaram crescimento.

Crescimento do PIB brasileiro impulsionado pela indústria e serviços no terceiro trimestre.
O PIB do Brasil cresceu 0,9% no 3º trimestre, destacando-se entre as 10 maiores altas globais, com avanços na indústria e serviços |Foto: Reprodução/Freepik

Em geral, os resultados das 37 economias analisadas indicam um crescimento médio de 0,37% entre os países emergentes e os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

No topo da lista, com crescimento de 1,2% no PIB no trimestre, estão Dinamarca e Indonésia.

Esses países são seguidos por Índia, Lituânia e México, que apresentaram um aumento de 1,1% em relação ao trimestre anterior.

O Brasil ocupa uma posição empatada com Israel e China, com crescimento de 0,9%. No entanto, ao considerar as casas decimais, Israel lidera com 0,93%, seguido pelo Brasil (0,91%) e China (0,90%).

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, conforme divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (3).

De acordo com o IBGE, os aumentos nos setores de Serviços (0,9%) e Indústria (0,6%) contribuíram para esse crescimento, embora o setor da Agropecuária tenha apresentado uma queda de 0,9% no período. Em termos de valores correntes, foram gerados R$ 3,0 trilhões.

Por outro lado, alguns países, como Suécia (-0,1%), Turquia (-0,2%), Letônia (-0,4%), Hungria (-0,7%) e Noruega (-1,8%), apresentaram variação negativa neste trimestre.

IBGE aponta que a economia brasileira cresce 0,9% no 3º trimestre de 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre, conforme divulgado nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Uma pesquisa realizada pela Reuters apontava uma previsão de crescimento de 0,8% para o período.

No segundo trimestre, o PIB teve um aumento de 1,4% em relação aos três meses anteriores, dado que não foi revisado pelo IBGE. Em comparação com o terceiro trimestre de 2023, o PIB registrou um crescimento de 4,0%, superando a expectativa de 3,9%.

De acordo com o IBGE, o crescimento foi impulsionado pelo aumento de 0,9% no setor de Serviços e de 0,6% na Indústria, embora o setor da Agropecuária tenha sofrido uma queda de 0,9%. Em termos nominais, o PIB alcançou R$ 3,0 trilhões.

“Na Agropecuária, a diferença entre o resultado revisto e o original pode ser explicada, em grande parte, pela incorporação de novas fontes estruturais anuais do IBGE que não estavam disponíveis na compilação anterior, como a Produção Agrícola Municipal, a Produção da Pecuária Municipal e a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Essas pesquisas foram incorporadas em substituição aos dados de pesquisas conjunturais” explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Indústria em destaque no PIB , apontam economistas

O desempenho positivo tem reforço de investimentos e pelo consumo das famílias, que também contribuirão para o avanço trimestral.

Segundo levantamento da Reuters, a economia brasileira deve crescer 0,8% no trimestre, em relação ao período imediatamente anterior. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia do PIB”, apresentou alta de 1,1% em comparação ao trimestre anterior, conforme dados divulgados pela instituição.

Juliana Inhasz, professora de economia no Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, destaca que o crescimento trimestral deverá apresentar resultados significativos tanto em relação ao mesmo período de 2023 quanto ao segundo trimestre de 2024.

“O desempenho positivo deve ser liderado principalmente pelos setores industrial e de serviços, que já vêm mostrando bons resultados em períodos anteriores e devem continuar nessa trajetória”, afirma Inhasz.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) projeta um crescimento de 1,7% para o setor industrial, com resultados favoráveis em todos os seus subsetores.

No lado da demanda, a professora também aponta que os investimentos devem desempenhar papel importante no crescimento do PIB.

“O consumo das famílias e do governo deve ser positivo, seguindo a tendência dos dois últimos trimestres, mas os investimentos têm se destacado, apresentando crescimento de quase 3% nesse período”, complementa.

Juliana Trece, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e coordenadora do Monitor do PIB-FGV, ressalta que a indústria deve ser o grande motor do PIB no terceiro trimestre.

“Embora se esperasse uma desaceleração para este período, a indústria deve ser o principal destaque, contrariando fatores como o mercado de trabalho aquecido”, explica Trece.

Ela ainda reforça que os segmentos de construção civil e transformação serão os maiores responsáveis pelo desempenho industrial, graças à alta demanda observada ao longo do ano.

Outros setores em crescimento

O crescimento do setor de serviços foi amplamente impulsionado por todas as atividades. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o setor, que representa 70% do PIB nacional, apresentou avanço generalizado. Entre os segmentos, destacaram-se os de informação e comunicação (7,8%), outras atividades de serviços (6,4%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,1%) e comércio (3,9%).

Na indústria, o segmento de construção se sobressaiu no período, registrando uma alta de 5,7%, resultado tanto do aumento na ocupação quanto do crescimento na produção de insumos típicos do setor. Por sua vez, as indústrias de transformação tiveram avanço de 4,2%, impulsionado pela produção de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, móveis e produtos químicos.

O aumento nas tarifas de energia elétrica não comprometeu o bom desempenho da indústria. Apesar das cobranças adicionais devido às bandeiras tarifárias, o segmento de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos registrou crescimento de 3,7%. A única retração na indústria ocorreu nas indústrias extrativas, com queda de 1%, atribuída à redução na extração de petróleo e gás.

A agropecuária, por outro lado, apresentou retração nas duas bases de comparação no terceiro trimestre. O PIB do setor caiu 0,9% em relação ao trimestre anterior e 0,8% frente ao mesmo período de 2023. Esse desempenho foi influenciado pela menor estimativa de produção anual e pela queda na produtividade de culturas importantes no trimestre, como cana (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%).

Despesas em alta


O consumo das famílias registrou crescimento pelo 14º mês consecutivo na comparação anual, com alta de 5,5%. Esse resultado é atribuído, principalmente, aos programas governamentais e à melhora nas condições do mercado de trabalho. Em relação ao período de abril a junho, o aumento foi de 1,5%.

Os gastos do governo também mantiveram um ritmo de crescimento no terceiro trimestre, apresentando alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2023. Comparado ao segundo trimestre de 2024, o avanço foi de 0,8%.

A formação bruta de capital fixo registrou um salto de 10,8% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. Esse desempenho foi impulsionado pela maior importação e produção interna de bens de capital, além do crescimento no desenvolvimento de software e na construção. Esses fatores contribuíram para o avanço nos investimentos em construção, máquinas e equipamentos.

Leia também: Pix deve impulsionar PIB em R$ 280,7 bilhões até 2028

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