Calendário econômico de 26 de fevereiro: o que esperar?

No calendário desta quarta-feira, 26 de fevereiro, os profissionais do mercado financeiro estarão atentos à divulgação de dois indicadores econômicos importantes pelo governo brasileiro: o Índice de Evolução de Emprego do CAGED e o Fluxo Cambial Estrangeiro.

Para os próximos anos, a tendência é que os salários no marketing continuem acompanhando as mudanças do mercado | Foto: Reprodução/Canva profissionais calendário
Um mercado de trabalho aquecido pode indicar maior consumo e crescimento econômico, beneficiando setores como varejo e serviços | Foto: Reprodução/Canva

Calendário do Brasil será o único com divulgação

Esses dados serão divulgados às 14h30 são essenciais para avaliar a saúde do mercado de trabalho e o comportamento da moeda estrangeira no país.

O que é o CAGED e por que é importante?

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) é um indicador utilizado pelo Ministério do Trabalho e Previdência para monitorar a geração de empregos formais no Brasil. Ele mede a diferença entre admissões e demissões em um determinado período.

Um saldo positivo indica crescimento do emprego formal, enquanto um saldo negativo aponta para maior desemprego. Esses números podem influenciar decisões de investidores, políticos e empresários, pois refletem o desempenho econômico do país.

Fluxo Cambial Estrangeiro: como impacta a economia?

O Fluxo Cambial Estrangeiro é outro indicador relevante, pois mostra a entrada e saída de moeda estrangeira no Brasil. Esse fluxo é composto por operações comerciais, como importações e exportações, e transações financeiras, como investimentos estrangeiros e remessas ao exterior.

Se o saldo for positivo, significa que mais dinheiro está entrando no país, o que pode fortalecer o real frente ao dólar. Um saldo negativo pode indicar fuga de capitais e pressão sobre a taxa de câmbio, impactando os preços de importados e a inflação.

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Como esses dados divulgados pelo calendário afetam os investidores?

Investidores e analistas acompanham de perto os indicadores do calendário econômico, pois eles fornecem pistas sobre a direção da economia. Um mercado de trabalho aquecido pode indicar maior consumo e crescimento econômico, beneficiando setores como varejo e serviços. Já um fluxo cambial positivo pode fortalecer empresas exportadoras e influenciar a taxa de juros.

Diante disso, é recomendável que quem investe na Bolsa de Valores ou no mercado de câmbio fique atento aos resultados divulgados em todos os calendários, pois eles podem gerar movimentações expressivas nos preços dos ativos financeiros.

Entenda como foi o crescimento de emprego formal no Brasil em 2024

Em 2024, o Brasil apresentou um desempenho notável no mercado de trabalho formal, registrando um crescimento de 16,5% em relação ao ano anterior. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 30 de janeiro de 2025, foram criados 1.693.673 novos postos de trabalho com carteira assinada ao longo do ano. Esse aumento é significativo quando comparado aos 1.454.124 empregos gerados em 2023, evidenciando uma recuperação consistente do mercado de trabalho brasileiro.

O setor de serviços destacou-se como o principal motor dessa expansão, adicionando 929.002 vagas, o que representa um crescimento de 4,20%. Dentro desse setor, as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foram responsáveis por 507.680 novos empregos, enquanto a administração pública, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais contribuíram com 352.873 postos. O comércio também teve um desempenho expressivo, com a criação de 336.110 empregos, refletindo um aumento de 3,28%.

A indústria brasileira mostrou sinais positivos, gerando 306.889 novos postos de trabalho, um incremento de 3,56%. A indústria de transformação foi a principal responsável por esse resultado, adicionando 282.488 vagas. Quando somados os resultados de 2023 e 2024, o setor industrial acumulou um aumento de 431.891 empregos formais, indicando uma tendência de recuperação e fortalecimento.

A construção civil também contribuiu positivamente, com a criação de 110.921 postos de trabalho, representando um crescimento de 4,04%. Embora a agropecuária tenha registrado um aumento mais modesto, com 10.808 novos empregos (0,61%), o saldo geral foi positivo em todas as regiões e setores econômicos do país.

Geograficamente, todas as 27 unidades federativas apresentaram saldos positivos de emprego em 2024. São Paulo liderou com a criação de 459.371 vagas, seguido pelo Rio de Janeiro com 145.240 e Minas Gerais com 139.503 novos postos. Em termos percentuais, estados como Amapá (10,07%), Roraima (8,14%) e Amazonas (7,11%) destacaram-se com as maiores variações relativas no número de empregos formais.

No que diz respeito ao perfil dos trabalhadores, tanto homens quanto mulheres se beneficiaram do aumento das oportunidades. Foram 898.680 novos empregos para mulheres e 794.993 para homens. Em relação à raça, os pardos lideraram com 1.929.771 novas vagas, seguidos por brancos (908.732), pretos (373.501) e amarelos (13.271). Infelizmente, houve uma redução de 1.502 postos para indígenas.

O salário médio real de admissão em dezembro de 2024 foi de R$ 2.162,22, representando um aumento de R$ 33,41 (1,57%) em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.177,96, com um incremento de R$ 55,02 (2,59%) em relação a 2023. Para trabalhadores em posições típicas, o salário médio foi de R$ 2.211,13, enquanto para posições não típicas, como contratos intermitentes ou de jornada reduzida, o valor foi de R$ 1.941,72.

Em resumo, enquanto o Brasil celebrou um crescimento robusto no emprego formal em 2024, desafios persistem no cenário financeiro e cambial. A continuidade de políticas econômicas sólidas e a atração de investimentos estrangeiros serão cruciais para manter a trajetória positiva no mercado de trabalho e estabilizar o fluxo cambial nos próximos anos.

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