O governo do México acredita que um mês é tempo suficiente para negociar com os Estados Unidos e evitar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos mexicanos. A medida foi anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, mas teve sua implementação adiada em troca de compromissos do México em relação ao combate ao tráfico de drogas e à imigração.
Um prazo para acordo entre México e EUA
O ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, declarou que o país tem um campo de negociação mais equilibrado agora que os EUA concederam um mês antes da efetivação das tarifas. Segundo ele, esse tempo será suficiente para firmar um acordo satisfatório para ambas as partes.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, conseguiu persuadir Trump a adiar a implementação das tarifas. Para Ebrard, essa ação foi um grande êxito político e reforça a posição do México nas negociações.
“Este mês é mais do que suficiente para chegarmos a um acordo sobre essas questões”, afirmou o ministro após um encontro com parlamentares do partido governista.
Impactos da ameaça tarifária
Caso os EUA cumpram a promessa de impor tarifas de 25%, a economia mexicana poderá sofrer impactos significativos. O comércio bilateral entre os países movimenta bilhões de dólares anualmente, e o aumento nos custos de importação prejudicaria tanto os produtores mexicanos quanto os consumidores norte-americanos.
As tarifas também podem afetar setores estratégicos, como a indústria automotiva, que depende fortemente da integração das cadeias de suprimento entre os dois países. Além disso, empresas dos EUA que operam no México podem ser impactadas pela medida, elevando seus custos de produção.
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Medidas adotadas pelo México
Como parte dos esforços para evitar as tarifas, o México começou a enviar tropas da Guarda Nacional para reforçar a segurança na fronteira. A intenção é demonstrar comprometimento com o controle da imigração irregular, uma das principais exigências do governo Trump.
Especialistas afirmam que essa ação pode ajudar a evitar as tarifas no curto prazo, mas as negociações precisarão avançar para garantir um acordo definitivo. Caso o prazo de um mês não seja suficiente para atender às exigências dos EUA, há o risco de novas tensões comerciais entre os países.
O que esperar dos próximos passos
As negociações devem continuar nas próximas semanas, com reuniões entre representantes do México e dos EUA para discutir os termos do acordo. A expectativa do governo mexicano é que um entendimento seja alcançado dentro do prazo estabelecido.
Para os mercados financeiros, qualquer sinal de que as tarifas podem ser aplicadas gera incerteza. Investidores acompanham de perto os desdobramentos, pois o comércio entre os dois países influencia diretamente setores como a indústria, agricultura e tecnologia.
A relação comercial entre México e EUA tem sido desafiada ao longo dos últimos anos, especialmente durante a gestão Trump, que tem adotado uma postura mais protecionista. No entanto, analistas acreditam que ambos os países têm interesse em evitar uma guerra comercial que poderia trazer prejuízos econômicos para ambos os lados.
Com o prazo de um mês para um acordo, o México busca reforçar sua posição nas negociações e evitar sanções comerciais que poderiam afetar sua economia. Enquanto isso, os mercados e setores produtivos aguardam com atenção os desdobramentos dessa disputa tarifária.