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Petrobras: entenda a polêmica dos dividendos que derrubou ações

Companhia não pagou dividendos extraordinários e perdeu valor de mercado

Na semana passada, a Petrobras divulgou o resultado do desempenho financeiro de 2023, registrando um lucro líquido de R$ 124,6 bilhões, o segundo maior valor já alcançado em sua história. Apesar disso, as ações da empresa sofreram uma queda de aproximadamente 10% durante a semana passada, e o mercado financeiro experimentou uma baixa no fechamento da bolsa ontem (11).

Analistas especializados em mercado financeiro da imprensa atribuíram essa queda à decisão da Petrobras de reter os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões, adiando seu pagamento para o futuro. 

Dividendos representam uma parte dos lucros da empresa distribuída entre os acionistas, e a decisão de não pagá-los é interpretada pelo mercado como um sinal de possível redução na rentabilidade da estatal. Os dividendos extraordinários são aqueles pagos além do mínimo obrigatório, o que significa que a empresa não é obrigada a distribuí-los.

Embora a diretoria da Petrobras tenha proposto o pagamento de metade dos dividendos extraordinários, os representantes do governo no Conselho de Administração votaram contra a proposta, que foi então rejeitada. Como resultado, apenas os dividendos ordinários (obrigatórios) foram pagos, totalizando R$ 14 bilhões.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, discordou da orientação do governo e se absteve da votação, o que gerou descontentamento no Palácio do Planalto.

Justificativa da petroleira

A diretoria da empresa, liderada pelo presidente Jean Paul Prates, propôs ao Conselho de Administração pagar 50% dos dividendos extraordinários e reter os outros 50%. Contudo, o Conselho optou por reter todo o montante dos dividendos extraordinários em um fundo de reserva. Esse fundo, conforme estipulado no estatuto da empresa, é destinado a remunerar os acionistas ou, se necessário, cobrir eventuais prejuízos. A proposta ainda está sujeita à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, que acontecerá em 25 de abril e reunirá os acionistas da Petrobras.

O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, justificou que o Conselho decidiu reter todo o valor dos dividendos extraordinários para uma análise mais aprofundada dos cenários, levando em consideração os previstos maiores investimentos.

Dividendos e investimentos  

De acordo com um levantamento realizado pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), a Petrobras liderou o ranking das petroleiras que mais distribuíram dividendos aos acionistas em 2023, em comparação com outras cinco grandes empresas do setor: Chevron, BP, Total, Shell e Exxon Mobil. Enquanto a Petrobras pagou US$ 20,28 bilhões em dividendos, a segunda colocada, Exxon, distribuiu US$ 14,95 bilhões.

O presidente da AEPET (Associação Dos Engenheiros Da Petrobras), Felipe Coutinho, destacou que, mesmo tendo a menor receita entre as seis empresas, a Petrobras foi a que mais pagou em dividendos em 2023. Além disso, foi observado que a Petrobras realizou o menor investimento líquido entre as companhias.

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