O produto registrava aumentos contínuos desde de junho de 2023, resultando em um alta de 19,9% em relação a fevereiro do ano anterior

O preço médio dos aparelhos em lojas online apresenta a primeira queda em fevereiro, após oito meses consecutivos de aumentos. Esses dados são do Índice Fipe/Buscapé, que monitora 524 modelos de eletrodomésticos e aproximadamente 150 milhões de ofertas no varejo online brasileiro.
A redução no preço dos condicionadores de ar foi de 4,7% em fevereiro, comparado a janeiro, quando houve um aumento de 2,3% em relação ao mês anterior. Em dezembro, o aumento chegou a 7,3% em um único mês.
Essa diminuição nos preços dos condicionadores de ar contribui para a queda anual no índice de eletroeletrônicos do Fipe/Buscapé, que fechou em -7,3% em fevereiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a fevereiro deste ano, a queda foi de 0,56%.
Apesar desse declínio, o preço do ar-condicionado continua alto em comparação com o verão anterior. Entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, de acordo com o índice, o preço médio do eletrodoméstico subiu 19,9%. Os ventiladores também tiveram um aumento médio de 2,3% no mesmo período. Alguns outros eletrodomésticos da linha branca ficaram mais baratos ao longo de 12 meses, como fogões (-0,3%), geladeiras (-3,6%) e lavadoras de roupas (-4,3%).
A demanda por ar-condicionado aumentou devido à temperatura acima da média e a frequência maior de ondas de calor neste verão, o que elevou os preços. Sergio Crispim, pesquisador responsável pelo estudo, afirmou em nota que “Os preços da categoria foram pressionados principalmente pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, derivado do calor atípico”.
Em geral, os aparelhos fabricados na Zona Franca de Manaus que concentra 100% da produção nacional levam dois meses para chegar às prateleiras. O aumento da demanda ocorreu justamente quando uma seca estava afetando a Amazônia, atrasando ainda mais a distribuição dos produtos.
Promoções e chegada do outono
Embora o verão ainda apresente o desafio das altas temperaturas, a demanda tende a diminuir à medida que o outono se aproxima, o que é natural após o frenesi causado pelas ondas de calor. Essa transição ocorrerá no próximo dia 20 de março.
A expectativa é de uma redução nos preços devido às liquidações de início de ano, período em que as lojas reduzem os valores para tentar manter um ritmo de vendas satisfatório após as tradicionais temporadas de compras do Natal e da Black Friday.
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada pelo IBGE, as vendas de móveis e eletrodomésticos tiveram um aumento de 3,6% em janeiro em comparação com dezembro, superando o índice geral do comércio varejista, que foi de 2,5%. Esse resultado foi atribuído por analistas às promoções.
Além dos condicionadores de ar, os preços de eletrônicos também caíram em fevereiro. Houve uma redução nos preços de celulares (-14,8%), monitores (-13,2%), notebooks (-12,9%), tablets (-11,6%) e TVs (-9,3%), de acordo com o Fipe/Buscapé.
O IBGE também observou uma queda nos preços de ar-condicionado. Após seguidos aumentos desde setembro do ano passado com um pico de 8,56% em dezembro , o produto teve uma deflação de 3,7% na medição do IPCA em fevereiro. Além disso, ventiladores (-0,04%), lavadoras de roupas (-0,43%) e fogões (-1,66%) também ficaram mais baratos no último mês, conforme relatado pelo IBGE.