Cotação internacional do principal insumo do alimento está refletindo no bolso do consumidor

O preço do cacau em Nova York quase dobrou em menos de três meses, atingindo níveis recordes em meio a um rali que se intensifica antes da Páscoa. O contrato mais ativo em Nova York registrou um aumento de até 5,9%, chegando a US$ 8.493 por tonelada.
Apesar de os fabricantes de chocolate comprarem cacau com meses de antecedência, a recuperação dos preços começa a impactar os consumidores. Alguns produtos, como barras de chocolate, estão ficando mais caros, menores ou apresentam outros sabores para amenizar o impacto.
“É muito difícil prever neste momento o que acontecerá com o mercado de cacau. Mas acho que controlamos isso da melhor maneira possível”
Martin Hug, CFO da Lindt & Spruengli, em conferência de resultados.
O aumento do preço do chocolate é uma má notícia para os consumidores que celebram a Páscoa. De acordo com uma pesquisa realizada pela federação do varejo dos EUA, quase 90% dos americanos entrevistados disseram que comprariam chocolate para o feriado. O gasto total estimado com chocolate e produtos relacionados é de US$ 3,1 bilhões, o segundo maior já registrado.
Os custos do cacau devem permanecer altos por um período prolongado, uma vez que as safras na África Ocidental, a maior região produtora mundial, foram afetadas por doenças e condições climáticas adversas, levando o mercado global a enfrentar um terceiro ano consecutivo de déficit de oferta.