Em 1994, Itamar Franco criou o Plano Real para solucionar uma das maiores crises inflacionárias do país. No entanto, após 30 anos, a moeda que havia sido criada para combater a inflação se tornou uma vítima dela, com 91% de desvalorização.
No mês de abril, foi realizado um balanço sobre a desvalorização das moedas em relação ao dólar americano, e o real foi a moeda que mais sofreu, com uma queda de cerca de 4,52% entre os países do G20, em relação ao dólar americano.
O que motivou a desvalorização e o desempenho negativo?
Uma das principais razões para o desempenho negativo do real em abril foi o anúncio do governo brasileiro sobre a meta fiscal para 2025. Antes disso, a equipe econômica trabalhava com um déficit zero em 2024 e um superávit primário de 0,5% em 2025 e 1% do PIB em 2026.
No entanto, a meta foi revisada, o que desagradou o mercado e afetou os índices financeiros do país. Agora, o novo texto projeta um superávit de 0,25% do PIB em 2026, 0,5% em 2027 e 1% em 2028. Após essa informação, o Ibovespa caiu 0,5% e o dólar avançou para R$ 5,21.
“Até agora, o principal fator influenciando o preço do dólar era o cenário externo, e isso deve continuar. No entanto, eu já havia alertado nas análises anteriores que a nossa política interna e certas declarações poderiam afetar negativamente a trajetória do real, o que de fato ocorreu e pode continuar acontecendo hoje, mesmo com o feriado nos EUA. A possibilidade de menor compromisso do governo com as metas fiscais e a nova composição do Banco Central, que em breve terá uma maioria indicada pelo atual governo, além da substituição do presidente Roberto Campos Neto no próximo ano por um indicado por Lula, geram insegurança no mercado financeiro e impactam o câmbio”, explica Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.
Qual a melhor alternativa para os investidores?
Diante desse cenário, o Brasil tem sido considerado um dos piores destinos do mundo para investimentos. Portanto, os investidores devem considerar alternativas para proteger seu patrimônio.
Uma opção é buscar renda em dólares, o que pode ser feito por meio de investimentos em ativos estrangeiros. Diversificar a carteira e considerar investimentos globais pode ajudar a mitigar os riscos associados à desvalorização do real.
