Relatório traz à tona a realidade de um mundo onde a riqueza está em ascensão, mas a distribuição dessa fortuna permanece profundamente desigual
O relatório World Wealth Report 2024, divulgado pela consultoria Capgemini, apresentou um panorama sobre a riqueza global que revelou que a fortuna das pessoas mais ricas do mundo atingiu níveis sem precedentes em 2023. Após uma retração em 2022, os mais abastados não só recuperaram suas perdas como viram suas riquezas crescerem significativamente.
Um dos dados que mais chamaram a atenção no relatório foi o aumento de 4,7% na riqueza das pessoas com mais de US$ 1 milhão, totalizando US$ 8,7 trilhões. Este montante é o maior registrado na série histórica do estudo, superando os US$ 86 trilhões anteriores. Este crescimento robusto demonstra a capacidade de recuperação e expansão dos ativos financeiros mesmo em um cenário global desafiador.
Expansão de fortunas
O número de indivíduos de alto patrimônio líquido, ou seja, aqueles com mais de US$ 1 milhão em ativos investíveis, cresceu 5,1% em relação ao ano anterior, alcançando 22,8 milhões de pessoas. Este aumento no número de “novos-ricos” foi um dos motores principais para o recorde observado no crescimento da fortuna global, indicando uma tendência de ampliação da base de ricos globalmente.
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Apesar do crescimento generalizado, as desigualdades permanecem evidentes. A faixa “ultra-alto” patrimônio, que inclui aqueles com mais de US$ 30 milhões, concentra 34% do total das riquezas, embora represente menos de 1% dos indivíduos de alto patrimônio líquido. Geograficamente, a América do Norte liderou o aumento no número de pessoas de alta renda, enquanto a América Latina experimentou um crescimento mais moderado e a África viu uma redução na população rica.
Mudança nos investimentos
Anteriormente, 34% do patrimônio líquido desses indivíduos era mantido como reserva de caixa. Agora, esse valor caiu para 25%, com um foco maior no crescimento dos ativos em vez da mera preservação da riqueza. Esta mudança indica uma postura mais agressiva em relação a investimentos, buscando maximizar retornos em um ambiente econômico dinâmico.
O que isso pode representar com relação a desigualdade?
Embora o crescimento da riqueza entre os mais ricos seja notável, ele também ressalta a persistência das desigualdades. Enquanto um segmento da população acumula fortunas exorbitantes, outros continuam a lutar para sobreviver com menos de US$ 5,50 por dia. Este cenário complexo reflete as dinâmicas globais de finanças e distribuição de recursos, destacando a necessidade de políticas que possam promover uma distribuição mais equitativa da riqueza.
