Apesar de puxar os números para baixo, Brasil ainda é o país que mais recebe investimento na América do Sul
O investimento direto global (IED) caiu 2% em todo o planeta no ano de 2023, atingindo US$ 1,3 trilhão, segundo relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) nesta quinta-feira, 20 de junho. O relatório aponta que, apesar do cenário desafiador, ainda é possível que haja um crescimento modesto em 2024.
No cenário da América do Sul, os investimentos também tiveram uma queda de 2%, atingindo US$ 143 bilhões. Argentina, Chile e Guiana tiveram um resultado positivo no ano passado e compensaram os índices negativos de Peru e Brasil, que, apesar do resultado ruim, continua sendo o país que mais atrai IED no continente.
Quais setores tiveram queda de investimento?
Assim como em outras regiões, o número e o valor dos acordos internacionais para o financiamento de projetos diminuíram 30% em toda a América Latina. Essas negociações são importantes para proporcionar melhorias de infraestrutura e de serviços públicos.
O setor de energia renovável foi o que mais sofreu com a diminuição de investimento, caindo 40% em relação a 2022, o que representa menos US$ 16 bilhões para a área. As fusões e aquisições internacionais, que representam uma porcentagem menor para o continente, também sofreram um impacto considerável no ano passado, diminuindo o valor em 26%, o que representa US$ 11 bilhões.
Países em desenvolvimento
Outros países em desenvolvimento também foram afetados, apresentando queda nos fluxos de IED no ano passado, diminuindo para US$ 867 bilhões, 7% a menos que em 2022. Este resultado reflete as perdas de investimento de 8% na Ásia, para US$ 621 bilhões, ocasionadas por um “raro declínio” de investimento na China, segundo país que mais recebe IED, e também perdas significativas na Índia.