A expectativa de manutenção da Selic diminuiu, com quase 73% de probabilidade de alta de 0,25 ou 0,50 ponto porcentual na próxima reunião
O Boletim Focus, elaborado pelo Departamento de Relacionamento com Investidores do Banco Central, divulga semanalmente o resultado de uma pesquisa com 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos, utilizando a mediana dessas estimativas. No caso da Selic, essa metodologia baseada na mediana dificulta determinar a probabilidade exata atribuída pelo mercado para cada previsão, conforme observado por Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.
Paralelamente, a Equus Capital elabora semanalmente o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), que utiliza Inteligência Artificial para coletar e analisar dados, permitindo estimar a probabilidade indicada pelo mercado de alteração na próxima reunião do Copom. Atualmente, o IEPS indica uma probabilidade de 27,4% de manutenção da Selic, frente aos 29,9% do dia anterior à última reunião do Copom, como aponta Uchida.
Nesta semana, houve um aumento no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 16.673 para 18.088. “A expectativa do IEPS de manutenção da taaxa básica de juros diminuiu, com quase 73% de probabilidade de alta de 0,25 ou 0,50 ponto percentual na próxima reunião”, explica Uchida.
Enquanto os EUA consideram cortes de juros, no Brasil discute-se um novo aperto monetário, visto como necessário para ancorar as expectativas de inflação e valorizar o real. As apostas aumentaram após o discurso do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, que destacou a abertura do cenário para o Copom.
Origem do nome Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. O nome “Selic” é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é o sistema utilizado pelo Banco Central para registrar as operações de compra e venda de títulos públicos federais entre os participantes do mercado financeiro.
Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e serve como referência para diversas operações financeiras no país. A Selic influencia diretamente o custo do crédito, os investimentos financeiros, a inflação e o controle da oferta de moeda na economia.
Basicamente, quando o Copom aumenta a taxa de juros, o objetivo é conter a inflação, reduzindo o consumo e os investimentos. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, busca-se estimular a atividade econômica, aumentando o consumo e os investimentos.