Mercado está cada vez mais pessimista em relação a manutenção da taxa
O Boletim Focus, elaborado pelo Departamento de Relacionamento com Investidores do Banco Central, divulga semanalmente o resultadode uma pesquisa com 120 instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos, utilizando a mediana dessas estimativas.
No caso da Selic, essa metodologia baseada na mediana dificulta determinar a probabilidade exata atribuída pelo mercado para cada previsão, conforme observado por Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital.
Possibilidade de manutenção
Paralelamente, a Equus Capital elabora semanalmente o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), utilizando Inteligência Artificial para coletar e analisar dados, permitindo estimar a probabilidade indicada pelo mercado de alteração na próxima reunião do Copom.
Atualmente, o IEPS indica uma probabilidade de manutenção de 47,4%, frente aos 58,7% do dia anterior à última reunião do Copom, como aponta Uchida.
Esta semana, houve uma redução no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 3.225 para 3.091. O IEPS indica uma probabilidade de 47,4% de manutenção da taxa Selic.
Nesta semana, o IEPS aponta uma probabilidade de manutenção da taxa de juros abaixo de 50%, com as chances de um aumento entre 25 e 50 pontos base. As taxas dos DIs fecharam a sexta-feira em queda significativa nos contratos a partir de janeiro de 2026, influenciadas pela desvalorização do dólar frente ao real e pela queda nos rendimentos dos Treasuries (equivalente ao Tesouro Direto) no exterior. Esse movimento foi minimizado dada à inflação medida pelo IPCA, que superou as expectativas.” explica.
Origem do nome Selic
O nome “Selic” é a abreviação de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é o sistema utilizado pelo Banco Central para registrar as operações de compra e venda de títulos públicos federais entre os participantes do mercado financeiro.
Essa taxa é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e serve como referência para diversas operações financeiras no país. A Selic influencia diretamente o custo do crédito, os investimentos financeiros, a inflação e o controle da oferta de moeda na economia.
Basicamente, quando o Copom aumenta a taxa Selic, o objetivo é conter a inflação, reduzindo o consumo e os investimentos. Por outro lado, quando reduz a Selic, busca estimular a atividade econômica, aumentando o consumo e os investimentos.