A força dos jovens no empreendedorismo está em alta no Brasil, com inovações e resiliência como chave para o sucesso em novos negócios
Nos últimos anos, o Brasil viu um crescimento impressionante no número de jovens empreendedores. Esse dado foi constatado pelo Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM), a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo.
Na última edição, de 2023, o estudo apresentou a evolução do empreendedorismo no Brasil e mostrou que homens e jovens predominam na abertura de novos negócios (56% de homens versus 44% de mulheres). A ascensão dos empreendedores mais jovens reflete uma tendência crescente e sinaliza uma mudança profunda no mercado de trabalho e nas dinâmicas econômicas do país.
De acordo com dados de 2024 do Sebrae e da Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), o Brasil possui atualmente cerca de 42 milhões de empreendedores, um número que pode mais que dobrar nos próximos três anos. Essa expansão é alimentada por um crescente número de jovens que estão cada vez mais envolvidos no mundo dos negócios.
Qualificação é a chave para o empreendedorismo
Segundo a pesquisa GEM, um dos fatores que melhorou os indicadores do setor no país é a qualificação, alterando o antigo cenário de empreendedorismo por necessidade para a abertura de negócios próprios por qualificação.
Na prática, isso significa que os jovens empreendedores conseguem analisar o negócio antes de empreender e enxergar as possibilidades e os desafios do mercado. Além da formação que muitos empreendedores já possuem, eles ainda contam com cursos e outras opções educativas gratuitas, oferecidas pelo Sebrae e outras entidades.
O caso de Kadu Pires, um educador físico de 39 anos que transformou uma distribuidora de tecidos em uma startup digital de sucesso, ilustra bem esse crescimento. Com a criação do Clube Mais Criativo, Pires conseguiu salvar seu negócio da falência e, ao mesmo tempo, reinventar seu trabalho. Com essa transformação, nasceu a nova marca, que é uma plataforma colaborativa para centenas de pequenos empreendedores no setor têxtil.
Para conseguir tal feito, Kadu juntou forças com o publicitário Luiz Fernandes, de 37 anos, que se tornou sócio da empresa. Juntos, eles alcançaram um feito notável: em apenas seis meses, a startup atingiu um faturamento de R$ 10 milhões e continua a expandir sua influência no mercado.
Propósito e resiliência
O sucesso de Kadu e Luiz reflete uma nova tendência: os jovens empreendedores estão se destacando por sua capacidade de inovação e, principalmente, adaptabilidade. A pesquisa GEM revelou que 77% dos empreendedores brasileiros são motivados pela vontade de fazer a diferença no mundo, e muitos desses jovens veem no empreendedorismo uma forma de impactar positivamente suas comunidades e economias locais.
Sócio de uma distribuidora de tecidos desde 2011, ao lado da mãe, Kadu viu o negócio mergulhar em uma crise sem precedentes. A solução tecnológica surgiu como uma ideia para salvar o negócio da família e de centenas de outros pequenos negócios na área de artesanato da falência.
“A pandemia inicialmente impulsionou a demanda por artigos de artesanato, mas acabou sobrecarregando muitos pequenos empreendedores com estoques que não conseguiam vender”, explica Pires. Segundo o empresário, o novo e lucrativo negócio prova que a adaptação e a inovação são as chaves para o sucesso no mercado atual.
O sucesso de jovens empresas como a de Kadu e Luiz mostra a importância das plataformas de suporte ao empreendedorismo, que oferecem soluções criativas e acessíveis para pequenos negócios. Além do Clube Mais Criativo, há uma série de startups e iniciativas que têm contribuído para a expansão do empreendedorismo entre os jovens brasileiros, proporcionando as ferramentas e os recursos necessários para transformar ideias em realidade.